Luanda – Angola apresenta uma taxa de detecção de dois casos de lepra por 100 mil habitantes e encontra-se em fase de eliminação da doença, anunciou, esta segunda-feira, o Ministério da Saúde (MINSA).
Segundo um comunicado de imprensa do MINSA, no quadro das celebrações do Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) e Lepra, o país regista ainda uma prevalência de um caso em 100 mil habitantes.
O documento refere que essas doenças surgem, particularmente, em comunidades remotas, criando ciclos de pobreza. Igualmente, causam sofrimento imensurável, bem como debilitam, desfiguram e incapacitam as vítimas, podendo ainda ser fatal.
Acrescenta que não afectam só a saúde, mas também oportunidades de bem-estar, sobretudo a capacidade das crianças em frequentar a escola ou mesmo levando a que sejam estigmatizadas pelas suas famílias ou comunidades.
De acordo com a nota do MINSA, a eliminação dessas doenças é a expressão prática da justiça social no campo da saúde.
Angola, sublinha o comunicado, junta-se ao movimento global, utilizando o dia 30 de Janeiro como um catalizador para aumentar a sensibilização da sociedade e reforçar abordagens multissectoriais centradas nas pessoas, na luta contra as doenças tropicais negligenciadas e a lepra.
Afirma que o combate às DTNs e à lepra é um investimento na equidade em saúde, com foco na integração do combate dessas doenças nos cuidados de saúde primários, fortalecendo também o sistema de saúde e garantindo a prestação de serviços de saúde eficazes e eficientes mais próximo das populações.
Situação endêmica do país
Em Angola, das 20 DTN’s existentes, 16 são as mais prevalentes, destacando-se a Schistosomiase, Leishmaniose, Filariose linfática, Tracoma, Oncocercose, Helmintíase, Lepra/Hanseníase, Escabiose/Sarna, Tripanossomíase Humana Africana, Raiva, Dengue, Chikungunha, Envenenamento por Mordedura de Serpentes, Dracunculose, Úlcera de Buruli e a Bouba.
O MINSA adoptou o lema “Unir, Agir e Eliminar” para reforçar a luta contra as DTNs e apelar à acção colectiva e ao compromisso global na busca por soluções de saúde efectivas.
“Estamos a progredir na eliminação das DTNs, mas é necessário um esforço conjunto contínuo. Todos temos um papel importante nesse processo, por formas a consciencializar e mobilizar recursos das comunidades, visando atingir as metas da OMS e do ODS 3 para 2030”, refere.
Anualmente, celebra-se o Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) e Lepra no último domingo do mês de Janeiro. A data foi instituida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com vista à promover a consciencialização e o reforço das acções colectivas para eliminar essas doenças até 2030.
O dia foi assumido por todos os países do mundo em 1954, na Assembleia Geral das Nações Unidas, com o objectivo de sensibilizar toda a sociedade, promover ajuda e integração na sociedade dos doentes de lepra.
A efeméride constitui uma oportunidade para consciencializar, sensibilizar, motivar e estimular a manutenção da saúde ao longo da vida, promovendo acções de higiene e saneamento básico no seio das comunidades.
Também é uma oportunidade para a reflexão sobre a necessidade de se olhar para os esforços realizados e para a história de sucesso da saúde pública global, no combate às doenças tropicais negligenciadas e à lepra, mostrando que a eliminação destas doenças é possível.
As DTNs e a lepra são um grupo de doenças evitáveis e tratáveis que afectam mais de 1 bilião de pessoas em todo o mundo, onde ocorrem entre 400 a 500 mil novos casos.EVC/OHA