Mbanza Kongo – O coordenador do Programa Nacional de Controlo à Lepra, Ernesto Afonso, revelou, esta quinta-feira, em Mbanza Kongo, província do Zaire, que o país tem, actualmente, dois mil e 896 portadores de lepra, contra os mil e 370 registados em 2020.
Em declarações à imprensa, o responsável disse ter havido um aumento de casos desta doença, com maior incidência nas províncias de Benguela, Bié, Cuanza Sul, Huambo, Huíla, Luanda e Malanje.
Informou que os novos casos foram registados, na sua maioria, em cidadãos adultos.
Justificou a tendência do aumento pelo facto de ter havido um relaxamento nas medidas de controlo, nos últimos anos, face a baixa taxa de prevalência que se registava desde 2005.
A negligência por parte dos infectados, que acorrem as unidades sanitárias em estágio avançado da doença, assim como o prolongado período de incubação (quatro anos), que dificulta o despiste precoce desta enfermidade, concorreram, também, para o aumento de casos.
Para a inversão do quadro, o responsável disse que o Ministério da Saúde (MINSA) apostou nas acções de capacitação de técnicos, na distribuição de mediamentos, bem como na gestão integrada de todas as doenças tropicais negligenciadas.
Assegurou que Angola possui infra-estruturas e medicamentos suficientes para o tratamento da doença, na medida em que o doente com lepra pode ser assistido em qualquer unidade sanitária primária.
A lepra, a úlcera de buruli, a tripanossomíase africana (doença do Sono), a drancunculose, bouba, as chagas, entre outras tantas integram a lista das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs).
