Luanda - Angola conta apenas com 79 médicos anestesiologistas para dar resposta a cerca de 34,5 milhões de habitantes, informou hoje, em Luanda, o presidente do Colégio de Anestesiologia e Reanimação(CARA) , Sérgio Sachiepo.
Em declarações à Angop , o especialista realçou que deste número 56 são angolanos e cerca de 80 por cento trabalha em Luanda .
Segundo o médico, tendo em conta o número da população, para dar resposta à demanda seriam necessários pelo menos 10 mil médicos.
Segundo o presidente do CARA, o país tem, apenas, uma cobertura de 0.29 por cento, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que o valor aceitável deve estar acima de 1.25 por cento, para que os pacientes cirúrgicos possam ser devidamente assistidos.
Sérgio Sachiepo acrescentou que, devido à falta de anestesiologistas, a maior parte das cirurgias são suportadas por técnicos com limitações profissionais e académicas, o que faz com que não consigam dar resposta satisfatória aos vários casos que surjam no Bloco Operatório.
Por isso, prosseguiu, há também excesso de trabalho, pois, num só dia, um técnico pode atender chamadas de cinco ou seis hospitais, a fim de estabilizarem convenientemente pacientes, antes, durante e depois das cirurgias.
De acordo com o responsável, não pode existir cirurgia eficiente, principalmente as longas, sem que o anestesiologista esteja presente, “por mais bom que seja o cirurgião”.
Estas duas áreas, prosseguiu, devem andar sempre de mãos dadas, a anestesiologia é a base que suporta todo o processo cirúrgico.
"É importante que haja mais médicos anestesiologistas no país, para que a área cirúrgica possa se desenvolver como deve ser”, sublinhou.
Para reverter este quadro, informou o CARA, em parceria com o Ministério da Saúde, tem estado a contribuir para a formação de mais médicos especialistas nesta área.
O anestesista explicou que, depois da especialização, os profissionais serão, também, capacitados, para serem professores, isso permitirá que se continue a formar outros anestesiologistas e o número irá aumentando paulatinamente.
Salientou que a previsão é que, dentro de dois anos, sejam colocados à disposição dos hospitais mais 18 médicos anestesiologistas, para servirem as unidades sanitárias onde não existam estes profissionais ou o número seja reduzido. EVC/ART