Soyo – Angola apresenta uma taxa média de prevalência de Vih/Sida de dois por cento, figurando entre os países da África Subsariana com baixo índice de contaminação dessa pandemia.
A afirmação é do secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto de Sousa, quando intervinha, quinta-feira, no Soyo, província do Zaire, no acto central do Dia Mundial de Luta contra a SIDA.
O responsável explicou que o Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS), realizado no período de 2015 a 2016, aponta as províncias fronteiriças como as que apresentam maiores taxas de contágio da doença.
Destacou os investimentos que o país tem feito para dar resposta e evitar a proliferação do vírus, através da melhoria gradual da disponibilidade de recursos locais e dos compromissos políticos na implementação de estratégias para o efeito.
Segundo o secretário de Estado, o que se pretende é atingir níveis consideráveis de excelência estipulados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por demais organismos internacionais, visando o alcance das metas globais.
Apontou a testagem e o tratamento da doença, a expansão da oferta da Carga Viral (CV), o diagnóstico precoce infantil e a adopção de esquemas terapêuticos mais eficazes, entre outras, como as estratégias que têm sido implementadas.
Apesar dos avanços registados no período de 2017-2021, disse, Angola ainda está longe de atingir os três indicadores das metas globais, pelo que defendeu celeridade na implementação das estratégias, visando o alcance de melhores resultados.
Acrescentou que com a disponibilização de testes e do sistema de informação, observou-se um aumento de 87% de testes realizados em 2021 face ao ano de 2017.
Realçou que o aumento no número de pessoas em tratamento tem contribuído para a garantia de qualidade e maior período de vida aos pacientes.
Em relação ao número de mortes por Sida, disse ter havido, desde 2010, uma redução na ordem dos 43 por cento, tendo destacado, igualmente, a campanha “Nascer Livre para Brilhar”, que permitiu diminuiu a taxa de transmissão do Vih de mães para filhos em 26% em 2018 e 15% em 2021.
Acrescentou que as evidências científicas mostram que um individuo portador do vírus de Vih e que adere de forma efectiva ao tratamento tem menores probabilidades de transmitir a doença por via de relações sexuais.
Apontou os factores sociais como barreiras que impedem o sucesso na luta contra esta pandemia, nomeadamente o estigma, a discriminação, a pobreza, as questões de género, as falsas promessas de curas divinas feitas por alguns autores, assim como a qualidade de assistência.
Como resultado dos factores acima mencionados, disse, estima-se que 43% das pessoas que vivem com Vih no país desconhecem ainda o seu estado serológico, para além do abandono ao tratamento.
De acordo com o último relatório anual da ONUSIDA, a nível global, o número de pessoas em tratamento triplicou desde 2010, passando de 7,8 milhões para 27,4 milhões de pacientes em 2021, chegando a atingir os 38 milhões de utentes.
Zaire com taxa de prevalência de 0,5%
Por sua vez, o vice-governador do Zaire para o sector político, social e económico, Afonso Nzolameso, informou que a província tem uma taxa de prevalência de Vih/Sida de 0,5%.
O responsável disse que no primeiro semestre deste ano, a região diagnosticou 198 casos positivos, com registo de oito óbitos, contra 206 casos do ano anterior, com apenas uma morte.
Indicou que no quadriénio 2018-2021 até o terceiro trimestre de 2022 se observaram melhorias nos serviços de diagnóstico, através de um conjunto de acções de âmbito preventivo e curativo.
Destacou, neste âmbito, a prevenção da transmissão do vírus de mães gestantes para os recém-nascidos.
Referiu-se, ainda, à redução substancial de novas infecções pelo VIH nas mulheres em idade reprodutiva, assim como a garantia no tratamento das crianças que nascem com o vírus.
Informou terem sido testados, de forma voluntária, 127 mil e 755 indivíduos, dos quais 71 mil e 268 grávidas, tendo se detectado 2.003 casos positivos, sendo 373 em gestantes.
O acto central foi antecedido de uma marcha que mobilizou estudantes de curso de enfermagem, funcionários públicos, trabalhadores do sector petrolífero, membros da sociedade civil, das igrejas, dos órgãos de defesa e segurança, assim como autoridades tradicionais.