Luanda - O presidente da ANASO, António Coelho, saudou, nesta segunda-feira, o Executivo por resolver a questão da ruptura de stock de anti retrovirais, mas solicitou melhorias no processo de distribuição destes medicamentos.
Em entrevista à ANGOP a propósito da jornada alusiva ao Dia Mundial de Luta contra a Sida, António Coelho manifestou satisfação pelo facto de o Executivo ter superado, com rapidez, a questão da ruptura dos anti-retrovirais, destacando o convite da ministra Sílvia Lutucuta para a ANASO integrar o grupo de trabalho para propor medidas, evitando outras rupturas de estok.
“Presentemente, as unidades de saúde só dão o mediamento para 15 dias. Isso quer dizer que as pessoas vivendo com vih devem ir duas vezes por mês ao hospital”, frisou.
António Coelho destacou o envolvimento dos parceiros nesta fase envolvente pela pandemia da Covid-19, afirmando que no princípio a ANASO lançou um apelo, que foi entendido pela Onusida através do financiamento do projecto “Corrente da VIHDA”.
“A nossa ideia era não só distribuir cestas básicas mas também os medicamentos para que as pessoas vivendo com vih não tenham que ir às unidades sanitárias. Em seguida tivemos apoio do PNUD, do FNUAP e da World Vision para outros projectos comunitários visando não só os doentes mas as comunidades vulneráveis em geral”, asseverou.
Face à Covid-19, António Coelho avança que a organização debate-se com constrangimentos de ordem material e financeiro, frisando que para se colocar um activista no terreno, indo porta a porta ou em locais de grandes concentrações (mercados e as paragens de autocarros), são necessários, em média, de dez mil kwanzas por pessoa dia.
O responsável lamenta o facto de não terem, de momento, capacidade para estabelecer um sistema de recolha e análise de dados nas 18 províncias, que possam permitir ter uma ideia do número de novos pacientes.
Dados disponíveis indicam que o número de mulheres vivendo com VIH é de 210 mil, 49 mil jovens dos 15 aos 24 anos de idade e 31 crianças dos zero aos 14 anos de idade.
O país tem uma taxa de transmissão vertical de 19.36 por cento, com um total de 776 mil 991 órfãos de Sida.
As autoridades têm sob controlo cerca de 350 mil angolanos vivendo com ViH, sendo que apenas 93 mil fazem terapia antiretroviral.