Alzheimer constitui principal causa de demência nos idosos

     Saúde              
  • Luanda • Sexta, 20 Setembro de 2024 | 18h44

Luanda - A doença do Alzheimer constitui a principal causa de demência nos idosos, provocando um grande impacto social, psicológico e financeiro das famílias, afirmou esta sexta-feira, em Luanda, o neurologista Guilherme Lázaro Miguel.

O médico falava a propósito do 21 de Setembro, Dia Mundial da Doença de Alzheimer e Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, assinalado hoje.

Em declarações à Angop, o também director do serviço de neurologia do Hospital Josina Machel referiu que a doença causa uma reestruturação dos papéis do grupo familiar com modificações de novos horários organizados, actividades e cuidados.

Segundo o médico, a causa da doença e por acometer mais os idosos, ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada.

Explicou que a doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado.

“Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurónios e nos espaços que existem entre eles”, realçou o médico, para quem esta condição, que afecta principalmente pessoas acima dos 65 anos, é responsável por aproximadamente 70 porcento dos casos da doença.

Guilherme Lázaro Miguel referiu que a patologia "Alzheimer" faz parte de um grupo de doenças neurológicas resultantes em falhas de memória e em outras disfunções cognitivas, como a linguagem e o esquecimento de coisas já aprendidas.

O doente deixa de reconhecer o espaço, a família e a si próprio, havendo bastantes alterações no seu comportamento e perde funções executivas.

Realidade em Angola

De acordo com o neurologista, em Angola ainda não existem estudos recentes e estatísticas sobre a doença, porquanto a ciência dá prioridade a enfermidades que mais preocupam no momento, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), malária e hipertensão.

“Há um certo desconhecimento sobre a doença por parte da população e muitos familiares até reconhecem os sinais, mas não procuram por ajuda médica nessas situações”, lamentou.

O especialista fez saber que o Hospital Josina Machel está há sensivelmente dois anos sem receber casos de Alzheimer, uma vez que os pacientes não têm a cultura de fazer o devido acompanhamento da doença .

O Alzheimer é irreversível mas, desde o momento que o paciente é diagnosticado, este pode recorrer a tratamentos farmacológicos com o rivastigmina que ajuda a diminuir o declínio mental, podendo ter uma vida duradoura, minimizando os distúrbios do paciente.

Papel da família na estabilidade do doente com Alzheimer

Para a fonte, a família desempenha um papel crucial na qualidade de vida do paciente com Alzheimer, diminuindo o sofrimento e o agravamento da doença. 

Salientou que o acompanhamento psicológico e nutricional é vital, porque o paciente com Alzheimer é apenas internado na fase avançada.

Assegurou que tanto o sociólogo como o psicólogo são de grande ajuda nesses casos, uma vez que podem treinar a família em como lidar com o paciente com Alzheimer.

Avançou que 70 porcento dos cuidados a ter com o paciente com Alzheimer está sob a responsabilidade da família, e não dos médicos.

Dados de Alzheimer no mundo

Estima-se que a doença afecta 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Só em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) cita que foram registados com relação à mortalidade um total de 1.158 casos por Alzheimer.

Conforme relatório da OMS, na medida em que a população mundial envelhece, a expectativa é de que o número de pessoas que vivem com demência triplique até 2050, passando de 50 milhões para 152 milhões.

Menciona igualmente que cerca de 10 milhões de pessoas desenvolvem demência a cada ano e 6 milhões delas em países de baixa e média renda.

A doença, descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Aloysius Alzheimer (1864-1915), se apresenta como demência ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais.

De acordo com a intensidade do quadro degenerativo, há três estágios clínicos: leve, moderado e grave. Existe grande variação na duração dessas fases. Em algumas situações, os sintomas evoluem lentamente, possibilitando a manutenção de níveis funcionais razoáveis por muitos anos.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa crónica e a forma mais comum de demência, que se manifesta lentamente, se agrava ao longo do tempo.

A perda de memória a curto prazo ou dificuldades em recordar eventos recentes os sintomas iniciais são os sintomas mais comuns da patologia. EVC/OHA





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