Luanda - A falta de um plano nacional de saúde "concreto" dirigido às pessoas albinas em Angola, a aquisição de protectores solares ou uma ida a uma consulta de oftalmologia ainda constituem um sério problema para esta franja da sociedade.
O albinismo é uma condição genética que pode afectar pessoas em todo o mundo, independentemente de raça, etnia ou sexo, sendo uma desordem genética na qual ocorre um defeito na produção da melanina, pigmento que dá cor a pele, cabelos e olhos.
Outro dos problemas em Angola, são os preços e a disponibilidade no mercado dos produtos de protecção de pele, clamando por uma subvenção de alguns produtos de higiene, tais como os cremes e protectores solares ou até mesmo consultas de oftalmologia e dermatologia, pois grande parte das famílias de pessoas com albinismo são de renda baixa e por isso têm dificuldades em adquirir estes produtos".
Esta informação foi dada nesta quarta-feira, em Luanda pelo presidente do projecto “13 de Junho”, iniciativa da Comunidade Kuenda e da Rede de Mediatecas de Luanda, durante uma conferência de imprensa que visou apresentar as actividades em prol do Dia da Consciencialização do Albinismo, que decorrerá de 10 a 13 deste mês na Mediateca de Luanda.
Palestras, consultas de dermatologia e oftalmologia, cadastramento, exposição de produtos, bem como momentos culturais com desfile de moda inclusiva com estilistas nacionais e modelos albinos, poesia, dança fazem parte do leque de actividades para estes dias.
Para o director nacional da inclusão da pessoa com deficiência, Micael Daniel, existem politicas no sector da saúde e os albinos têm acesso a estes serviços a semelhança de outras pessoas, embora ainda não seja o ideal, não por falta de políticas, mas sim devido as barreiras atitudinais que levam a que as pessoas discriminem os grupos vulneráveis.
Referiu que fruto da primeira edição do projecto 13 de Junho, realizado em 2021, foi possível começar um processo de cadastramento aliado com o programa “Inquerir” do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, através dos gabinetes províncias que conseguiu já registar em todo o país mais de 1600 pessoas com albinismo.
Apelou as famílias a não discriminar quando nasce uma criança albina , salientando que irão reforçar para que os demais hospitais tenham os serviços de dermatologia e oftalmologia para acudir os albinos.
Temas como “o emponderamento da mulher albina” e “políticas públicas de inclusão social da pessoa com albinismo em Angola” serão apresentados durante as jornadas.
A alteração genética também leva a modificações da estrutura e do funcionamento ocular, desencadeando problemas visuais.