Ondjiva- Cento e 79 agentes comunitários que estiveram engajados na descoberta e acompanhamento dos 87 casos de dracunculose (verme da Guiné), notificados em 2023, na província do Cunene, beneficiam no presente mês dos respectivos subsídios de incentivos.
A informação foi prestada este domingo pelo focal de luta contra a doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola, Mavitindi Sebastião, referindo que os pagamentos que estão a ser efectivados dentro do circuito bancário, variam entre 75 mil a mais de um milhão de kwanzas.
De acordo com o responsável da OMS, o processo constitui mecanismo de incentivo às pessoas que ajudam na vigilância e identificação de casos de género nas comunidades rurais.
Entretanto, fez saber que de Janeiro a Setembro do corrente ano, a OMS confirmou 36 casos de dracunculose em animais (cães), das 37 amostras enviadas ao laboratório de Atlanta (EUA), contra os 85 de igual período anterior.
Disse que os casos foram identificados em 22 aldeias das localidades de Omupanda, Oidiva, Ohameke, Oipembe, Ofenda, Olukua e Onanime e Epolo (municípios do Cuanhama e Namacunde).
Mavitindi Sebastião fez saber que a província está há mais de quatro anos sem registo da doença em humano, sendo que o último registo foi em 2020.
O ponto focal da OMS realçou que actualmente o Cunene constitui o ” epicentro” da doença por ser a única província no país que reporta casos do género, daí a necessidade de reforçar cada vez mais a vigilância devido à sua influência em termos de condições sócio económica das famílias.
“É considerada como doença tropical negligenciada, porque encontra-se nas zonas tropicais e afectam sobretudo pessoas de comunidades vulneráveis, a doença não dispõe de tratamento específico ou vacina para prevenção”, explicou.
Entretanto, realçou que a dracunculose está na mira dos objectivos mundial da OMS, que deve ser eliminada a todos níveis até 2030, sendo fundamental o redobrar de acções para que Angola seja testado como livre da doença.
Angola é um dos seis países africanos que regista o surto da doença da Verme da Guiné, com registo de três casos confirmados em humanos e 120 em animais desde 2018, anunciou a OMS.
O Chade, Etiópia, Sudão do Sul, República Centro Africana e Camarões são os outros países africanos que também registam a doença.FI/LHE/SC