Dirico – Duzentos Agentes de Desenvolvimento Comunitários (ADECOS) está a realizar, desde o mês de Maio do corrente ano, uma avaliação sobre os conhecimentos relacionados à prevenção, identificação e combate à malária nos municípios do Cuangar, Calai, Dirico e Rivungo, província do Cuando Cubango.
O inquérito decorre em três fases.
A primeira, ligada à concepção dos instrumentos, termos e manuais, decorreu entre Abril e Maio. A seguida, de treinamento e recolha de dados, iniciou a 21 de Maio e termina a 25 de Junho.
Já a terceira fase será voltada para a análise e tratamento dos dados, bem como apresentação dos relatórios ao Ministério da Saúde e outros parceiros, que pode decorrer entre Julho e Dezembro do corrente ano.
Em declarações à ANGOP, o coordenador do programa da Igreja Anglicana na Luta Contra a Malária, João Baptista Nelo, disse que os educadores comunitários estão divididos em dois grupos, um que irá de casa em casa para passar o ensino e outro que cabe aos membros da coordenação, composto por líderes religiosos e tradicionais.
De acordo com o responsável, trata-se de uma rede voluntária de agentes treinados para educar os outros membros da comunidade sobre métodos de prevenção, identificação e tratamento da doença, cujos trabalhos nestas regiões iniciaram em 2017, com uma abrangência actual de 10 mil famílias, todas ao longo da fronteira.
Fez saber que os agentes receberam treinamento e equipamentos necessários para fazerem o trabalho de educação aos outros membros da comunidade, cujo inquérito decorreu entre os dias 27 de Maio a 7 do corrente, com o objectivo de saber o nível de informação das comunidades para a adaptação e adequação dos melhores métodos.
Explicou que o projecto enquadra-se no âmbito da Iniciativa Transfronteiriça de Luta Contra a Malária (TKMI), financiado pela Isdell Flowers Cross, organização não-governamental que actua em parceria com os governos de Angola, Namíbia, Zâmbia, Zimbabwe e Moçambique e executado pela igreja anglicana, com um orçamento anual avaliado em 150 mil dólares norte-americanos.
O projecto, segundo o gestor, não tem um prazo definido, pois é executado em função do impacto causado e as mudanças nas comunidades, porquanto quando forem alcançados os níveis de controlo da malária, poderá haver mudanças para outras localidades.
Indicou que a zona de trabalho é, essencialmente, ao longo da fronteira, por considerar que a eliminação da malária passa pela abordagem conjunta dos países circunvizinhos, já que o mosquito, que é o principal vector da doença, se movimenta de um lado ao outro.
" O foco é a prevenção da malária, a importância dos testes e, logo nos primeiros sintomas, dirigir-se às unidades sanitárias e onde não existem unidades sanitárias contactar os ADECOS, para buscar ajuda necessária", alertou.
Enalteceu, na ocasião, a cooperação existente nas comunidades, de maneiras que todos aprendam e deixem de procurar serviços em casas ocultas e curandeiros.
Destaca que o “feedback” (comunicação) existente com as comunidades por onde passa tem sido muito positivo, através da elevada participação dos membros que aceitaram e abraçaram o projecto de forma voluntária, para que os membros destas comunidades saibam se prevenir da malária.
Avançou que, no quadro da iniciativa transfronteiriça voltada ao combate à malária, será realizado um encontro na província namibiana do Kavango Est, entre as autoridades sanitárias de Angola e Namíbia. MSM/FF/PLB