Solwezi (Do Enviado Especial) – O ministro da província do Noroeste da Zâmbia, Robert Lihefu, destacou, esta segunda-feira, na cidade do Solwezi, na Zâmbia, que o seu país está interessado no Corredor do Lobito para o desenvolvimento inter-regional, por ser um “projecto e uma rota forte para ligar nações fortes do atlântico ao indico”.
O ministro (equivalente a governador provincial) da província do Noroeste da Zâmbia teceu tais declarações num encontro de cortesia que manteve com o governador do Moxico, Ernesto Muangala, e sua delegação, que farão parte do II Encontro do Fórum de Cooperação Regional e Intercâmbio Cultural entre as províncias do Moxico (Angola) e do Noroeste (Zâmbia), a decorrer de 4 a 7 do corrente mês.
Numa primeira fase, o projecto do Corredor do Lobito, seleccionado entre os 40 projectos de investimentos europeus e norte-americanos, visa expandir a linha ferroviária, que poderá tornar-se a principal infra-estrutura de transporte ferroviário que liga a República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia aos mercados globais através de Angola. Da Zâmbia e RDC poderá estender-se à Tanzânia e, em última análise, ao Oceano Índico.
O Corredor Ferroviário do Lobito estende-se, em Angola, por quase mil 300 quilómetros, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico. Para além disso, a infra-estrutura continua na República Democrática do Congo até Solwezi, na Zâmbia, num percurso de 400 quilómetros. O Corredor também está ligado à extensa rede ferroviária administrada pela Sociedade Ferroviária Nacional do Congo.
Para o governante do Noroeste, província limítrofe com Moxico, o projecto facilitará as transações comerciais e exportação do cobre e do níquel, uma vez que a região é a segunda maior produtora do cobre no mundo e possui a maior reserva do níquel a nível do globo.
Destacou igualmente a importância do fórum de cooperação que, segundo disse, poderá incrementar o reforço das parcerias nas áreas do comércio, desenvolvimento cultural, oportunidades de negócios, para gerar emprego para os jovens e, sobretudo, à mulher, sem descurar as áreas da saúde, educação, defesa e segurança, entre outros.
Nessa perspectiva, o governador do Moxico, Ernesto Muangala, realçou que o actual contexto global acarreta desafios e muitas incertezas, daí privilegiar-se uma interacção para desenvolver-se uma cooperação que alcance as expectativas dos cidadãos.
Muangala defendeu ser preciso, igualmente, ampliar e interligar as redes de vias rodoviárias e ferroviárias, sendo que Angola está a realizar um "grande esforço" na recuperação e construção de infra-estruturas, como o corredor do Lobito, que facilitará a interligação e a circulação de pessoas bens entre o oceano atlântico e o índico.
Reiterou para “num futuro breve”, a construção do ramal na província do Moxico, a partir do município do Luacano, que ligará a Zâmbia, passando pela província do Noroeste para garantir maior ligação e trocas comerciais.
Conforme o governante, Angola está a investir "seriamente" no domínio das telecomunicações, com realce para ANGOSAT II, que está em condições de prestar serviços na região da África Austral.
“Aos empresários da província do Noroeste e aos zambianos, no geral, enocntrem em Angola, e no Moxico, em particular, um bom ambiente de investimentos, mediante os benefícios e isenções fiscais dispostos na leguslação em vigor, conferindo tratamento privilegiado aos investidores interessados na instalação e implementação de negócios e em parcerias empresariais”, assegurou, Ernesto Muangala ao reiterar o convite ao empresariado zambiano a investir no país.
Para terça-feira, segundo dia do Fórum, está prevista visitas às fazendas agrícolas, projectos de mineração e de energias, tal como ocorreu hoje com a mina de Kansanshi, a maior do país, que emprega mais de sete mil funcionários, explorada numa área de 10 quilómetros de cumprimentos e cinco de largura.
Essa iniciativa do governo Moxico, em estabelecer acordos de cooperação com as províncias vizinhas da Zâmbia, visa concretizar a vontade dos presidentes de Angola, João Lourenço, e da Zâmbia, Hakainde Hichilema, no início de 2023, de explorar o potencial estratégico do Corredor do Lobito. YD