Cuvango - As ossadas de 30 vítimas de conflito político ocorrido a 4 de Setembro de 1977, em Indungo, município do Cuvango, província da Huíla, identificadas recentemente, foram sepultados este sábado.
Trata-se de ossadas antes enterradas em vala-comum no município da Jamba. Depois de 47 anos, os familiares tiveram a possibilidade de realizar os óbitos condignos, fruto de um trabalho de identificação das vítimas levado a cabo pela Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas de Conflitos Políticos (CIVCOP), no quadro do processo de Reconciliação Nacional.
As urnas com os restos mortais chegaram na tarde de sexta-feira à localidade do Indungo, na presença das famílias e da comunidade.
Com 71 anos de idade, Augusto Ndala, da localidade do Indungo, que viu três de seus parentes a ser mortos, afirmou que a realização da cerimónia representa um sinal de unidade e tranquilização dos ânimos.
Reforçou que nunca ouviu uma abordagem séria sobre o ataque a Indungo, tão pouco sabiam onde paravam os corpos, pelo que o trabalho da comissão devolve a paz social aos familiares.
Já António Ndala, que na altura dos factos era menor de idade, diz que conseguiu perceber os momentos difíceis vividos e destacou a iniciativa do Presidente da República, João Lourenço, que vem “quebrar” o espírito de revolta que existia em muitos filhos da mesma pátria.
A cerimónia fúnebre foi presenciada por várias individualidades da província, desde membros do Governo, entidades eclesiásticas e tradicionais, representantes de partidos políticos.
O massacre ocorreu dia 04 de Setembro de 1977, na localidade de Indungo, 45 quilómetros da sede municipal do Cuvango, no qual foram mortas pelo menos 37 pessoas, entre crianças e adultos. EM/MS