Ondjiva -A visita do Presidente Joe Biden a Angola cimenta a posição geopolítica dos Estados Unidos da América em África, numa altura em que há disputa das potências mundiais em relação ao investimento no continente, considerou, terça-feira, no Cunene, o especialista em Relações Económicas Internacionais Adolfo Teca.
Joe Biden iniciou, segunda-feira, uma visita de Estado de três dias a Angola, que inclui um encontro com o Presidente João Lourenço e uma deslocação à província de Benguela.
Em declarações à ANGOP, Adolfo Teca disse que a visita deve ser analisada em duas perspectivas, sendo uma política e outra económica.
No aspecto político, Angola é prioritária pela sua trajectória democrática, disse o especialista, afirmando que a jornada do Presidente americano representa uma nova etapa nas relações diplomáticas entre os dois Estados, com grandes vantagens para Angola, pelo facto de os EUA serem a maior potência económica e política no mundo.
“Claramente as pessoas perguntam-se sobre o ganho da visita de um Presidente em fim de mandato, mas abre porta para outros horizontes e disputas entre países e a comunidade internacional está virada para ver os resultados “, sublinhou.
Na perspectiva económica, disse que o foco é a grande iniciativa ligada às parcerias globais de investimentos, tendo o Corredor do Lobito como uma rota estratégica, não só para Angola, mas também para os países de da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Nesta senda, disse que a comitiva traz uma vasta equipa de empresários norte-americanos interessados em investir no país e, com a realização do fórum, permitirá explorar oportunidades de negócios.
Referiu que o encontro dará possibilidade aos empresários locais de estabelecerem contactos com os americanos e parcerias através de financiamentos ou sociedade em empresas.
“Esta é uma das vantagens que os nossos empresários terão para firmar parcerias, mas para tal é fundamental que Angola trabalhe para rever a situação da burocracia documental e dos impostos”, sustentou.
Considerou que o Corredor do Lobito é uma grande rota de comércio, pois servirá de veículo de escoamento de mercadoria para outros países vizinhos como a República Democrática do Congo (RDC), a Zâmbia e outros continentes.
Disse que o projecto ferroviário abre oportunidade para pequenos negócios de mercadoria e alavancar a agricultura, por ser um sector transversal que exige linhas de exportação ou escoamento da produção para os grandes centros urbanos, o que tornará o custo de vida facilitado.
Angola e EUA estabelece relações diplomáticas desde 1993, após o reconhecimento do Estado angolano pela Administração do então Presidente Bill Clinton, sendo que os dois países possuem cooperação nos domínios da economia, telecomunicação, energia, saúde, infra-estruturas rodoviárias, entre outros. FI/LHE/SC