Cuito – A visita histórica ao país do Presidente dos EUA, Joe Biden, vai consolidar a posição de Angola como uma das principais potências políticas e económicas na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
A afirmação é do professor de Direito Internacional Público do Instituto Superior Politécnico Ndunduma do Bié, Pascoal Pedro, em reacção hoje, quarta-feira, à visita do Presidente norte-americano ao país.
Pascoal Pedro destacou a importância desse encontro para a inserção de Angola na arena política internacional e a sua relação com os Estados Unidos da América, que detém hegemonia política mundial.
Na sua visão, a escolha de Angola como destino para a visita do presidente americano reflete o reconhecimento da relevância estratégica do país na região da SADC e no continente africano.
O especialista também mencionou que o interesse dos Estados Unidos em investir no Corredor do Lobito, uma infra-estrutura vital na África Austral, cuja análise dos acordos será um dos pontos centrais dessa visita, poderá impulsionar o desenvolvimento económico da SADC.
Na sua opinião, esse corredor é um factor estratégico que pode facilitar a integração económica regional, permitindo que os países da SADC colaborem de maneira mais eficaz e alcancem um crescimento sustentável.
Desta forma, continuou, isso abrirá portas para investimentos e parcerias que poderão transformar a economia local, especialmente através do desenvolvimento do Corredor do Lobito.
Por isso, considerou a visita de Joe Biden um passo significativo de Angola na arena internacional e consolidar o seu papel como uma das maiores potências políticas e promotora do desenvolvimento socioeconómico regional.
"A visita de Joe Biden pode ser um divisor de águas para a imagem de Angola, promovendo maior visibilidade e prestígio no cenário internacional", afirmou.
Embora reconheça as incertezas políticas que podem surgir com a transição na presidência dos EUA, Pascoal Pedro expressou optimismo quanto à continuidade do interesse americano em cooperar com Angola.
"Acredito que, independentemente da transição na presidência, os interesses estratégicos dos EUA em relação a Angola, fundamentados em termos de cooperação bilateral, permanecerão. Assim como Joe Biden, penso que o seu sucessor, Donald Trump, reconhecerá a importância dessa parceria", ressaltou.
Por fim, o professor fez um apelo ao governo angolano para que aproveite as oportunidades criadas por essa visita e implemente os acordos que estão sendo discutidos com os Estados Unidos.
"É fundamental que Angola tire o máximo proveito dessa parceria com uma das maiores potências económicas do mundo, buscando não apenas benefícios imediatos, mas um desenvolvimento sustentável a longo prazo para garantir o bem-estar do povo angolano", concluiu.
Os Estados Unidos e Angola mantêm relações diplomáticas e bilaterais há mais de 30 anos e que se aprofundam com compromissos regulares a nível de altos funcionários e com uma cooperação crescente em relação a objectivos-chave comuns.
Em 2023, os acordos comerciais entre os dois países totalizaram aproximadamente 1,77 milhões de dólares norte-americanos, o que tornou Angola no quarto maior parceiro comercial de Washington na África Subsariana. VKY/PLB