Kinshasa (Do enviado especial) – O chefe da diplomacia angolana, Téte António, afirmou que a estada do Presidente João Lourenço, em Kinshasa, nesta segunda-feira, se enquadrou já nos esforços para a consolidação do cessar-fogo entre a RDC e o Rwanda.
O governante falava em conferência de imprensa no final de um encontro, em privado, entre o Presidente da RDC, Félix Tshisekedi e o seu homólogo angolano, João Lourenço, este na qualidade de mediador da União Africana (UA) na tensão que divide aquele país e o Rwanda.
Enfatizou a necessidade do reforço da confiança entre as partes como ponto de partida, realçando que a vinda do Presidente João Lourenço a Kinshasa "já faz parte deste esforço para a consolidação do cessar-fogo".
Teté António sublinhou o trabalho que está a ser efectuado para o reforço e a consolidação “do que foi adquirido”, salientando que o cessar-fogo não constitui, por si só, um fim, mas sim uma premissa para “fazermos o resto do trabalho que deve conduzir à pacificação e à estabilidade da República Democrática do Congo”.
Segundo o chefe da diplomacia angolana, a visita de João Lourenço serviu para, num encontro com o seu homólogo congolês, trocarem impressões mais precisamente sobre o cessar-fogo alcançado, no dia 30 de Julho último, em Luanda, e sobre o engajamento no processo, sobretudo do Presidente Tshisekedi.
Téte António declarou que os dois Chefes de Estado vão continuar a trabalhar para a consolidação do que foi alcançado.
Por seu turno a ministra dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação e da Francofonia da RDC, Kayikwamba Thérèse Wagner, fez saber que, durante o encontro presidêncial, Félix Tshisekedi reconheceu os esforços e iniciativas mobilizados por João Lourenço, “durante muitos meses para facilitar este processo” em busca de uma paz duradoura, na RDC.
A diplomata frisou que ambos os Chefes de Estado saudaram o cessar-fogo, que vigora desde 4 de Agosto corrente, exortando a sua observância e cumprimento por todas as partes.
Apelou para a criação de um ambiente propício ao fim das hostilidades e saudou o contributo das outras partes em prol do “Processo de Luanda”.
A propósito, disse, o Presidente Tshisekedi reiterou a disponibilidade do Governo congolês de abraçar o “Processo de Luanda”, acrescentando que a RDC continua empenhada para a cessação das hostilidades em apoio ao reforço do mecanismo de monitorização do processo de pacificação.
Os caminhos para a pacificação do Leste da RDC vêm definidos no Roteiro de Luanda, um documento aprovado, na capital angolana, no dia 6 de Julho de 2022, durante a Cimeira Tripartida da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), entre Angola, RDC e Rwanda. ADR/IZ