Luanda – Mais de 20 milhões de pessoas na região Austral de África enfrentam fome severa, como consequência de uma seca sem precedentes induzida pelo fenómeno El Niño, informou, quarta-feira, o representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Francisco José da Cruz.
O diplomata, que falava durante a reunião de coordenação mensal do Grupo de países da SADC, apontou Angola, Malawi, Moçambique , Zâmbia e Zimbabwé como os países mais afectados na região.
Disse que o actual impacto do El Niño, que se tornou um dos mais fortes da história no último trimestre de 2023, atingiu o seu pico no primeiro trimestre de 2024, mas os seus impactos na África Austral deverão persistir até Abril de 2025.
Na ocasião, informou sobre a recente Cimeira extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral(SADC), que culminou com um apelo humanitário regional da comunidade, orçado em pelo menos 5,5 mil milhões de dólares americanos.
“Este montante destina-se a aumentar os recursos internos dos Estados membros afectados, incluindo os esforços de mobilização de recursos dos parceiros nacionais , regionais e internacionais em resposta aos impactos da seca e das cheias induzidas pelo El Nino.” , sublinhou.
A Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da SADC que abordou a seca na região da SADC, foi presidida pelo Presidente da República, João Lourenço.
Francisco José da Cruz fez saber que a Cimeira recebeu um relatório sobre o impacto das catástrofes na região e manifestou preocupação com a situação humanitária provocada pela seca e inundações induzidas pelo fenômeno El Niño, que afectou mais de 61 milhões de pessoas.
Referiu que o encontro reconheceu a promessa de 33 milhões de dólares do OCHA, e 10 milhões de dólares da FAO para o apelo humanitário regional da SADC e apelou ao apoio adicional da comunidade internacional para satisfazer as necessidades humanitárias urgentes nos Estados-Membros e comunidades afectados.
Durante a reunião os representantes permanentes dos países da SADC foram informados sobre a candidatura da Eunice Njovana, do Zimbabwé ao Comité para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (CEDAW) para o período 2025-2028.
O momento serviu igualmente para a partilha de informações sobre os preparativos da Cimeira do Futuro, o pacto digital global , a cimeira social mundial e a declaração política, referente à reunião de Alto Nível sobre a Resistência Antimicrobiana.
Fazem parte da SADC Angola, Botswana, Comores, República Democrática do Congo, eSwatini, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. FMA/ART