Luanda – O VIII congresso ordinário do MPLA, que inicia esta quinta-feira, em Luanda, com cerca de dois mil e 800 delegados, visa preparar o partido para as eleições gerais do próximo ano.
De acordo com o artigo 70 do seu estatuto, o congresso do MPLA é o órgão supremo do partido, a quem incumbe apreciar e definir as suas linhas gerais de política nacional e internacional, que orienta a acção e a actividade das suas estruturas e dos seus militantes, bem como das suas organizações sociais e associadas.
A par da estratégia eleitoral, o congresso visa igualmente alterar documentos internos, como o programa e os estatutos, assim como eleger o presidente do partido e o comité central, além de aprovar moções estratégicas e outros instrumentos fundamentais sobre a vida do MPLA e do país.
MPLA já realizou 14 congressos
No seu primeiro congresso, realizado de 04 a 10 de Dezembro de 1977, foi reafirmada a liderança do saudoso presidente António Agostinho Neto e houve mudança de designação passando a MPLA-Partido do Trabalho.
De 17 a 23 de Dezembro de 1980 realizou-se o primeiro Congresso Extraordinário do MPLA-PT, que confirmou na liderança José Eduardo dos Santos e decidiu instaurar no país a Assembleia do Povo, primeiro parlamento angolano, e as Assembleias Populares Provinciais, primeiro ensaio de autarquias.
O segundo Congresso Ordinário do MPLA realizou-se em 1985, sublinhando a necessidade de se elevar a formação política e ideológica dos seus membros e a melhoria da capacidade de direcção dos seus quadros.
Em 1990, ocorreu o terceiro Congresso Ordinário, cuja principal decisão foi a adopção dos princípios de preparação do país para o multipartidarismo e economia de mercado, face às transformações políticas, económicas e sociais que estavam a acontecer em quase todo o mundo, entre as quais destacavam-se a queda do Muro de Berlim e o fim da guerra fria.
O segundo Congresso Extraordinário, realizado em Abril de 1991, abriu o partido à entrada de militantes de várias sensibilidades, enquanto o terceiro Extraordinário, ocorrido em Maio de 1992, mudou a designação para apenas MPLA, retirando o apêndice partido do trabalho, com a exortação de “reunificação da família MPLA".
De 05 a 10 de Dezembro de 1998, realizou-se o quarto Congresso Ordinário, sob o lema "MPLA - Firme, rumo ao século XXI", que clarificou o socialismo democrático como a base ideológica do partido.
O quinto Congresso Ordinário realizou-se de 06 a 09 de Dezembro de 2003, enquanto o sexto ocorreu de 07 a 10 de Dezembro de 2009, altura em que o partido reorientou a sua polítrica a uma maior participação na vida do país, em prol da satisfação dos interesses legítimos do povo angolano.
Já o quarto Congresso Extraordinário, realizado de 29 a 30 de Abril de 2011, decorreu sob o lema "MPLA - Mais Democracia, Mais Desenvolvimento", visou engajar todos os militantes na preparação e participação nas eleições gerais de Agosto de 2012, enquanto o quinto Extraordinário realizou-se em Dezembro de 2014.
No sétimo Congresso Ordinário, João Lourenço foi eleito vice-presidente do MPLA e cabeça de lista às eleições gerais de Agosto de 2017.
No sexto Congresso Extraordinário, realizado em 2018, João Lourenço é eleito presidente do MPLA, em substituição de José Eduardo dos Santos, que dirigiu o partido desde 1979, depois da morte, por doença, de António Agostinho Neto.
Em Junho de 2019, realizou-se o sétimo Congresso Extraordinário, que reafirmou o combate à corrupção, ao nepotismo, à bajulação e à impunidade, que se implantou no país nos últimos anos.
O MPLA foi fundado a 10 de Dezembro de 1956.