Lubango – A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, defendeu hoje, sexta-feira, no Lubango, província da Huíla, o reforço da cooperação comunitária, para o cumprimento da Agenda 2030 sobre os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e 2063 da União Africana.
Discursando na IX Reunião dos ministros do Ambiente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Esperança da Costa apelou para o reforço das parcerias integradoras com o sector privado, bem como a participação da juventude e das mulheres para o alcance da sustentabilidade ambiental.
Disse que Covid-19 e outras externalidades levaram Angola a ponderar sobre as imprevisibilidades e emergências que criam obstáculos ao desenvolvimento, pelo que, apostou na realização de esforços para a estabilidade e com base na boa governação crescer, focando-se na melhoria da qualidade de vida da população.
Isto, frisou, passa pelo aumento da produção, da diversificação da economia, com prioridade para o sector primário da agricultura e pescas, indústria transformadora, como fontes primárias de emprego, nutrição e inclusão.
“Angola tem, cada vez mais, priorizado as questões ambientais, tanto a nível nacional como internacional e, neste sentido, aprovou a Estratégia Nacional para as alterações climáticas, que estabelece uma visão até 2030 de redução das emissões, o que está a ser implementado com a diversificação energética, com o objectivo de assegurar a adaptação do território nacional e contribuir para o esforço mundial do combate às suas causas”, salientou.
De acordo com a Vice-Presidente da República, a gestão racional dos recursos e preservação da biodiversidade é também prioridade, assim como o compromisso de expandir as áreas de conservação ambiental, o aumento dos parques naturais nacionais, com destaque para a floresta do Maiombe.
Trata-se, disse, de uma iniciativa de protecção transfronteiriça para dinamizar os planos de acção que se insiram nos esforços da iniciativa africana de preservação da bacia do Congo, para o alcance das metas da agenda global para a biodiversidade pós-2020.
Lembrou que Angola possui mil e 650 quilómetros de costa marítima, reconhecendo a importância estratégica dos mares e oceanos para a humanidade, enquanto fonte de vida, por isso a crise climática, a poluição dos oceanos, a produção de plásticos, a perda dos habitats, o declínio da biodiversidade são questões que devem continuar a ser consideradas prioritárias para a CPLP.
Também referiu-se aos compromissos assumidos na V Reunião dos Ministros dos Assuntos do Mar realizadas em Maio de 2022 em Luanda, durante a qual Angola assumiu a presidência, tendo sido revista e aprovada a estratégia da CPLP para os oceanos, bem como o plano de acção 2022/2024.
“Angola tem na sua agenda os desafios globais e participa das emergências, mas também tem em atenção e preocupação a gestão de conflitos, o compromisso com a paz duradoura", sublinhou.
"Como campeão da União Africana para a paz e reconciliação em África, o Presidente João Lourenço considera que os riscos e ameaças associados às alterações climáticas podem agudizar as crises sociais e gerar conflitos, por isso tem se empenhado fortemente no diálogo e concertação", sublinhou.
Disse esperar que a IX reunião ordinária dos ministros do Ambiente da CPLP, à luz do crescente apelo à acção para deter a crise ambiental global, se debruce sobre o nexo florestas, energia, meios de subsistência e assuma compromissos pragmáticos para fortalecer a cooperação científica e técnica e coordenar acções que permitam a preservação da biodiversidade, a redução da emissão de carbono por via da aposta em fontes de energia alternativas que são o garante da sobrevivência do nosso planeta.
Da agenda da reunião, sob o lema “Emergência Ambiental no Contexto Actual de Múltiplas Crises”, destaca-se a apresentação da proposta designada “Clima Património da Humanidade”, processo de concertação para o eventual reconhecimento legal junto da ONU.
O evento vai ainda debater a questão do “Clima Estável” como um bem comum global e as intervenções por Estado-Membro sobre “Emergência Ambiental: Desafios e oportunidades”, entre outros pontos. MS/ADR