Baku (Da enviada especial) - A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, disse, esta terça-feira, no Azerbaijão, ser fundamental o aumento do financiamento para que os mercados internacionais do carbono funcionem para todos.
A Vice-Presidente, que intervinha na abertura da 29.ª conferência de alto nível sobre o clima (COP 29), defendeu a criação de mecanismos para acompanhar e garantir que os fundos prometidos sejam alocados, bem como operacionalizar plenamente o Fundo de Perdas e Danos.
Apontou a necessidade da criação de mecanismos de acesso simplificados e eficientes para o financiamento aos países em desenvolvimento, os mais afectados pelos impactos climáticos.
Segundo a Vice-Presidente, Angola, à semelhança de outros países da região africana, está a enfrentar desafios diversos gerados pelo impacto significativo das alterações climáticas.
Acrescentou que a Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2022-2035, em Angola, integra questões transversais nas políticas em curso, bem como o financiamento, a melhoria na pesquisa, a observação e a análise dos cenários climáticos.
A meta é identificar os múltiplos perigos e partilhar dados para responder aos diferentes problemas ligados à situação, incluindo as migrações forçadas.
Sublinhou que a seca e a desertificação no Sudoeste de Angola continua a ser a principal preocupação do Governo, pois tem reflectido negativamente nas comunidades e nos programas de desenvolvimento.
Esperança da Costa esclareceu que o país continua a implementar o Programa de Combate aos Efeitos da Seca na Região Sul de Angola, com a construção de novas barragens, visando promover o desenvolvimento agro-pecuário, o fortalecimento da segurança alimentar e conferir maior resiliência às comunidades.
Por outro lado, disse estar em curso o Plano Nacional de adaptação às alterações climáticas e em revisão a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) para 2025, que se concentrará nos sectores de Transporte e Energia.
A governante destacou os esforços para o fortalecimento da matriz energética nacional com energias renováveis, contribuindo actualmente com 66% de energia proveniente de projectos fotovoltaicos e de hidroelétricas.
A previsão é escalar os 72% até ao final de 2027, reflectindo o compromisso em abordar a poluição, a redução de emissão e promover uma transição para uma economia de baixo carbono, disse.
Durante a sua intervenção, Esperança da Costa destacou a valorização das florestas, numa nova perspectiva que visa beneficiar a criação de empregos verdes para que a juventude e as comunidades possam ser incluídas na gestão dos ecossistemas florestais.
Frisou que o Executivo continua a envidar esforços para o aumento das áreas de conservação terrestres, com o início de um vasto programa de identificação de zonas marinhas ecológicamente significativas que permitirão a criação de redes marinhas protegidas, factores chave no desenvolvimento da economia azul.
Apontou as estratégias, programas e projectos diferenciados para intensificar os compromissos globais em relação às metas climáticas e simultaneamente garantir a melhoria das condições de vida das populações, reduzindo a pobreza e propiciando igualmente um ambiente de harmonia na região Austral de África, através da cooperação profícua por via da gestão partilhada de recursos hídricos transfronteiriços.
A Vice-Presidente afirmou que perspectivas não poderão ser alcançadas com tensões e conflitos que emergem no contexto internacional, havendo, portanto, a necessidade de se aumentar os compromissos com a estabilidade e com o Pacto do Futuro.
O referido pacto adoptado na Cimeira das Nações Unidas tem como objectivo a construção de um futuro melhor e reduzir a crise climática, a fome e a pobreza, promovendo a melhoria dos sistemas alimentares, a economia de baixas emissões, a equidade de género, a educação, a inovação, a paz como novas decisões e legado as novas gerações. FMA/SC