Luanda – O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, apelou, neste domingo, ao cumprimento das regras do Código de Estrada, como forma de prevenção e redução dos acidentes rodoviários em Angola.
Dados oficiais dão conta que, entre Janeiro e Setembro deste ano, o país registou 8.950 acidentes, mais 1.936 que no ano anterior, com 1.845 mortos (+477) e 9.645 feridos (+2.131).
Em mensagem alusiva ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Estrada, que se assinala neste domingo, 21, Bornito de Sousa defende que o aumento de casos é justificado, em parte, pela maior circulação de pessoas e bens, fruto do levantamento das medidas restritivas impostas por força da prevenção à Covid-19.
“Não é alheio o desrespeito às normas do Código de Estrada, com destaque para a condução em estado de embriaguez, o excesso de velocidade, as manobras perigosas, a má travessia de peões, mas, também, a falta de iluminação nas estradas, o mau estado técnico dos veículos e, nalguns casos, das vias de comunicação”, lê-se no documento.
Bornito de Sousa destaca a necessidade de se contar com a participação de todos os angolanos capazes de influenciar a segurança no trânsito, como a sociedade civil, a família em especial, a comunidade, a escola, a academia, a igreja, o sector privado, os líderes comunitários e as associações juvenis, para a divulgação e implementação da Estratégia Nacional de Prevenção e Segurança Rodoviária.
Manifesta preocupação pelo facto de a faixa etária mais visada pela sinistralidade rodoviária, em que se destacam os atropelamentos, as colisões entre motociclos e automóveis, capotamentos e as colisões entre automóveis, situar-se entre os 10 e os 47 anos de idade, uma franja “que muito tem para contribuir para o desenvolvimento do país”.
Para o Vice-presidente, é necessário fazer um pouco mais e melhor, apontando para a necessidade de se aderir à iniciativa denominada “Década de Acção pela Segurança no Trânsito 2021-2030”, lançada pela OMS, com “a ambiciosa meta” de prevenir pelo menos 50% das mortes e lesões no trânsito até 2030.
Considera importante que, sempre que possível, de acordo com o contexto, os recursos disponíveis e capacidade, se ajustem os planos nacionais e locais de sinistralidade rodoviária ao Plano Global para a Década de Acção, que recomenda um conjunto de acções elaboradas a partir de intervenções comprovadas e eficazes, bem como das melhores práticas para a prevenção de lesões no trânsito.
“Devemos fazê-lo cientes das inúmeras limitações e desafios com que se deparam todos os dias, quer os agentes e oficiais destacados no terreno, para ajudar a regular e fazer fluir o trânsito rodoviário, como as entidades políticas e administrativas”, reforça.
A efeméride visa consciencializar o mundo sobre a necessidade de uma reflexão profunda e de acções concretas contra a sinistralidade rodoviária que, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), provoca anualmente mais de 1,3 milhões de mortes evitáveis, e cerca de 50 milhões de feridos, tornando-se a principal causa de morte de crianças e jovens em todo o mundo.