Luanda - A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, recebeu, esta terça-feira, em audiência, a Rainha Nhakatolo, com quem abordou questões sobre a gravidez precoce e a vandalização de bens públicos no Reino Luvale.
Em declarações à imprensa no final da audiência, Nhakatalo afirmou que o combate à gravidez precoce passa por aumentar o número de escolas e centros de formação para os jovens.
A autoridade tradicional apelou os jovens a não vandalizar os bens públicos, por serem patrimónios de todos e que muita falta fazem às comunidades, tais como os chafarizes, escolas, postos de saúde, entre outros.
Frisou que o encontro com a Vice-Presidente serviu também para analisar questões relacionadas com a nova divisão política da província do Moxico, que a partir de 2025, será dividida em Moxico e Moxico Leste.
Agradeceu pelo Executivo ter aprovado o nome Moxico Leste ao contrário da Kassai Zambezi, como inicialmente proposto, pois a população não se revia no nome e augurou que o governador a ser indicado seja alguém que trabalhe com o povo e para o desenvolvimento da província.
Por outro lado, a soberana lamentou o facto de haver conflitos geracionais no seio do Reino Luvale e apelou à preservação da cultura.
Por seu turno, o ministro da Cultura, Filipe Zau, presente na audiência, defendeu a necessidade de se traçar estratégias e políticas com projectos que possam reduzir o índice de gravidez precoce naquela região do país.
“E, muitas vezes, uma gravidez precoce passa a ser também responsabilidade dos mais velhos que querem ter uma mulher mais nova, situação que não ajuda o desenvolvimento “, disse.
Sublinhou que a questão da gravidez precoce preocupou a Vice-Presidente, que se mostrou empenhada em ajudar a resolver esta questão.
Ambientalista
Ainda esta terça-feira, a Vice-presidente da República concedeu uma audiência à ambientalista Fernanda Renée, com quem abordou aspectos ligados ao ambiente e o ecossistema da costa marítima do país.
Fernanda Renée frisou, em declarações à imprensa, que durante o encontro com Esperança da Costa aproveitou para apresentar a sua mais recente obra literária sobre os Mangais de Angola, lançada recentemente, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.
A obra retrata os mangais de Angola, a sua diversidade, as comunidades, as ameaças que os ecossistemas enfrentam e principalmente as acções que Angola tem empreendido para protecção e preservação desses ecossistemas.
A obra visa mostrar a importância dos mangais e a preservação dos ecossistemas de forma a manter uma orla marítima segura, evitando as alterações climáticas.
A obra desenvolvida em Angola, pelo projecto Otchiva, é resultante dos trabalhos técnicos e científicos realizados no campo, nas seis províncias da Orla Costeira, nomeadamente, Cabinda, Zaire, Bengo, Benguela, Cuanza- Sul e Luanda, e aborda a importância e especificidade dos mangais.
De acordo com a responsável do projecto, Fernanda Renée, a apresentação do livro num evento daquela magnitude, representa ganho e uma grande oportunidade para o país.
O acto de lançamento do livro teve lugar durante a realização da Cimeira do Futuro e da 79ª Assembleia Geral da ONU que reuniu mais de 130 líderes mundiais, com objectivo de alcançar um novo consenso internacional para enfrentar desafios globais críticos e corrigir falhas na governação mundial.FMA/ART