Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, anunciou, nesta quinta-feira, que Angola tem um plano de vacinação para cobrir inicialmente 90 por cento da população prioritária.
Falando na 31ª Sessão Especial da Assembleia Geral da Nações Unidas em resposta à Pandemia, que decorre por videoconferência, disse que o acelerado desenvolvimento de vacinas seguras e eficazes contra o vírus SARS-COV-2, com tecnologias inovadoras, constitui um exemplo do que a humanidade é capaz de realizar, quando ameaçada.
De acordo com o Chefe de Estado, o Governo de Angola empregou até ao momento recursos próprios num valor que ascende a 164.600.000 de dólares.
Especificou que deste valor consta um financiamento emergencial de 14.400.000 dólares garantido pelo Banco Mundial.
Apesar disso, prosseguiu, vai ser necessário um maior apoio, em especial para o acesso às vacinas que se mostrarem eficazes.
O Presidente da República saudou os esforços da COVAX FACILITY para reunir recursos que assegurem, de forma equitativa, a vacinação de pelo menos 20 por cento da população dos países de média e baixa renda.
No entanto, disse acreditar que o esforço efectivo de solidariedade deve ser maior para garantir uma cobertura global útil que interrompa a transmissão do vírus e permita o retorno à normalidade, evitando dessa maneira o agravamento das disparidades entre os países.
Combate ao Vírus
Durante a sua alocução, o Presidente João Lourenço enfatizou que desde o início do ano que Angola reagiu e aplicou rigorosas medidas de contenção da pandemia, elaborando um plano de contingência multissectorial, flexível e adaptado ao contexto epidemiológico do país.
Neste contexto, informou que foi reforçada a vigilância epidemiológica em todo o território nacional, que incluiu, entre outras medidas, a criação e capacitação de equipas de resposta rápida e o controlo sanitário dos pontos de entrada internacionais.
Apontou também a realização de quarentenas e do controlo da mobilidade entre as diversas regiões do país.
Entre as medidas, realçou ainda o aumento progressivamente da capacidade de testagem por RT-PCR e testes serológicos e por antigénio.
João Lourenço falou igualmente da construção de infraestruturas exclusivamente dedicadas ao tratamento dos casos existentes de Covid-19, como hospitais de campanha.
Ainda em relação às infraestruturas, o Titular do Poder Executivo disse que foram adaptados todos os hospitais existentes para o atendimento desses casos, tendo aumentado em cinco mil o número de camas disponíveis, das quais mais de mil para os cuidados intensivos.
“Neste momento, só temos transmissão comunitária em Luanda, capital do país e cidade mais populosa, mantendo-se nas restantes províncias do país a transmissão em surtos ocasionais conhecidos”, pontualizou.
Precisou que apesar do crescente número de casos positivos, que a 24 de novembro totalizava 14.742, a transmissibilidade do vírus de pessoa a pessoa tem vindo a decrescer, situando-se em 0,9%.
Mitigação dos efeitos
Segundo o estadista, o facto de a pandemia ter afectado negativamente os recursos económicos e financeiros e os programas de desenvolvimento económico e social do país, não impediu que Angola continuasse a desenvolver esforços e a realizar ações para reduzir as taxas de pobreza.
Neste particular, afirmou que o país continua a melhorar a qualidade e cobertura do ensino básico e garantir o acesso aos cuidados primários de saúde, sobretudo para as famílias mais vulneráveis.
O Presidente da República reconheceu e agradeceu a Organização Mundial da Saúde, bem como às instituições regionais, a União Africana, a SADC, pela forma como lideraram a coordenação de esforços para enfrentar o enorme desafio que a Covid-19 representa para a Humanidade.