Luanda – O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, anunciou, esta quinta-feira, a retirada definitiva da sua organização da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos de Angola (CIVICOP).
Falando em conferência de imprensa, Adalberto Costa Júnior justificou que o seu partido decidiu sair da CIVICOP por entender haver desvios aos objectivos, métodos e princípios que deveriam guiar os trabalhos da Comissão.
Segundo o líder da UNITA, tais desvios foram denunciados publicamente "em tempo oportuno" e solicitou-se pelos canais apropriados que a instituição retomasse o seu curso normal.
Recentemente, o partido UNITA anunciou que estava a ponderar suspender a sua participação na Comissão por alegado "desrespeito dos regulamentos da CIVICOP e dos objectivos que estiveram na base da sua criação".
Na altura, afirmou que o Governo angolano estava a consentir o que chamou de "violações ao espírito de paz e reconciliação nacional".
Por isso, o partido de Adalberto Júnior defendeu a necessidade da criação de uma comissão de verdade e reconciliação, para que os angolanos "tenham a coragem de abordar, com responsabilidade partilhada, todo o seu passivo".
Nesta quinta-feira, Adalberto Costa Júnior defendeu a criação de uma plataforma plural semelhante à Comissão da Verdade e Reconciliação da África do Sul, "para que o perdão seja genuíno e duradouro em Angola".
Afirmou que a insistência do seu partido em propor várias vezes uma comissão de reconciliação um pouco semelhante à da solução seguida na África do Sul visa motivar a CIVICOP a ser "um instrumento para consolidar definitivamente a reconciliação e a pacificação dos espíritos em Angola”.
A CIVICOP foi criada, em 2019, por orientação do Presidente da República, João Lourenço, com vista a elaborar um plano geral de homenagem às vítimas dos conflitos políticos que ocorreram, em Angola, entre 11 de Novembro de 1975 (dia da Independência) e 4 de Abril de 2002 (fim da guerra).
O Plano de Reconciliação em memória às vítimas de Conflitos Políticos prevê, entre outras questões, a emissão de certidão de óbito e a construção de um memorial único para todas as vítimas dos conflitos registados no país.SL/MDS/IZ