Luanda - O Grupo Parlamentar da UNITA declarou, esta terça-feira, que Angola tem vindo a registar, nos últimos anos, retrocessos na questão da implementação de políticas públicas inclusivas, das liberdades e da afirmação do Estado Democrático e de Direito.
Segundo o líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiaka, que falava em conferência de imprensa sobre "a crise de confiança nas instituições públicas", regista-se também, actualmente, um abrandamento na estratégia de reforma do Estado e combate à corrupção.
Liberty Chiaka disse existirem supostos “factores estruturais de agressão ao Estado Democrático e de Direito”, sublinhando que a filosofia de uma governação deve basear-se na inclusão e no comprometimento com o serviço da cidadania.
"Nenhum partido pode realizar Angola de todos nós, se não contar com a participação de outros patriotas e de outras sensibilidades políticas", vincou.
Manifestou, também, preocupação com as sucessivas mortes de políticos do seu partido ocorridas este ano, supondo que "uns talvez não tivessem falecido se não existissem receios fundados que afastam muitos dos compatriotas dos hospitais públicos".
A UNITA perdeu seis deputados nos últimos seis meses, razão por que declarou o 8 de Maio, como Dia do Deputado Parlamentar do seu partido, em homenagem ao malogrado deputado Raúl Danda, falecido a 8 do corrente mês.
Noutra vertente, Liberty Chiaka enalteceu, a propósito do Dia de África, o espírito dos fundadores da Organização da Unidade Africana, predecessora da actual União Africana.
Lembrou que estes nacionalistas africanos lutaram e ambicionaram construir uma África unida, democrática, desenvolvida e próspera.
O combate à corrupção figura no topo da agenda do Executivo, que tem desenvolvido, desde 2017, juntamente com as autoridades judiciais, um intenso trabalho para combater práticas que lesam o Estado, como o peculato e branqueamento de capitais.
No quadro dessa estratégia, vários governantes e outros gestores públicos têm sido investigados, tendo alguns, inclusive, sido condenados por actos de corrupção, peculato, burla e tráfico de influências.