Luanda - O Presidente da Comissão da União Africana , Moussa Faki Mahamat, defendeu hoje, quarta-feira, uma maior aposta na educação para a prevenção de conflitos e actos de violência no continente.
Intervindo na cerimónia de abertura da Bienal de Luanda, Moussa Faki considerou essencial investir na educação de homens e mulheres como meio para a paz e o desenvolvimento, visando o calar das armas até 2030.
Enalteceu o engajamento do Presidente da República de Angola, João Lourenço, na mediação do conflito entre o Rwanda e a RDC e na criação de pontes e reflexão para a construção da paz duradoura a nível nacional, regional e continental.
O Presidente da Comissão da União Africana referiu-se ainda a vários outros mecanismos para aproximar a rebelião e as autoridades da RDC, para a pacificação na região do Tigray (Etiópia) e na Líbia, engajando todas as partes envolvidas nos conflitos.
Declarou que no contexto internacional existem ameaças sérias à paz, que o multilateralismo está à beira do colapso, o Conselho de Segurança da ONU bloqueado e o direito internacional humanitário são violados, como em Gaza, na Palestina.
Uma nova guerra fria está sendo preparada para mudar a ordem internacional, pelo que África deve lutar para ocupar o seu lugar.
Moussa Faki considerou essencial a promoção da educação para a paz como chave para o progresso e para o combate ao terrorismo, que vai proliferando negativamente.
Salientou não ser por acaso que os grupos terroristas se opõem à educação.
Defendeu a consagração de 2024 como ano da Educação em África, adiantando que a paz global depende de África, da sua unidade e solidariedade.
UNESCO
O director-geral-adjunto da UNESCO, Xing Qu, corroborou da ideia da importância da aposta na educação para prevenir a cultura da violência.
Angola conheceu a guerra e sabe o quanto custa e está a fazer a reconciliação entre o seu passado e o presente.
Defendeu também atenção às alterações climáticas para a construção da paz, visto estarem também na base de tensões. JFS/ADR