Luanda - A comissária da União Africana (UA), Josefa Sacko, afirmou, este sábado, que África deve afirmar a sua história e identidade, tendo a cultura de paz como a sua prioridade, para uma convivência harmoniosa e sã dos povos.
Falando na sessão de abertura da segunda edição da Bienal de Luanda, Josefa Sacko referiu que os governos africanos devem colocar a cultura de paz no topo das suas prioridades.
Segundo a comissária da UA, a Bienal é uma oportunidade para abordar questões candentes do continente, tendo como foco a resolução de conflitos e a construção da paz.
"Pedimos aos estados membros da UA para coordenar as suas políticas no reforço da identidade cultural africana e dos valores que partilhamos", disse, explicando que os governos francês e britânico tomaram a histórica decisão ao decidirem restituir os bens históricos e culturais que foram importados no período colonial.
A interlocutora fez o apelo as demais potenciais colónias para facilitarem o retorno dos tesouros culturais a terra de origem, para que o continente berço possa criar outra vez o vínculo com a sua história e a memória, com o intuito de reafirmar a sua identidade e construir o seu futuro com confiança.
Para Josefa Sacko, a Bienal de Luanda se inscreve no objectivo da agenda 20/30 do desenvolvimento sustentável da Nações Unidas, bem como da agenda da 2063 da UA que visa o calar das armas.
Recordou que 2021 era o ano da cultura e do património como alavanca para construir a África que se quer, dedicando-se todo o esforço no respeito da vida humana e dos valores africanos.
Ao longo de três dias, os participantes vão participar em diversas actividades culturais, recreativas e económicas.
A Bienal de Luanda é um projecto que nasce da convergência de políticas e programas estratégicos entre três parceiros principais, o Governo de Angola, a UNESCO e a União Africana.
O evento apresenta e propõe espaços de reflexão, de exposição e de difusão de criações artísticas, boas práticas, ideias e saberes relacionados com a cultura de paz.