Luanda - O presidente em exercício do Conselho de Ministros da SADC, Téte António, defendeu este domingo, em Luanda, a implementação de planos de emergência para combater os vários desastres naturais na região.
Ao discursar no acto de abertura da reunião extraordinária deste órgão, que decorre em formato virtual a partir de Gaborone, República do Botswana, o também chefe da diplomacia angolana, referiu que esses planos permitiriam assegurar, a curto, médio e longo prazo, uma resposta eficaz a esses fenómenos.
Téte António referiu que os desastres naturais não conhecem fronteiras e têm grande impacto, daí a necessidade de uma colaboração transfronteiriça.
A reunião do Conselho de Ministros da SADC serviu para deliberar questões relacionadas com os esforços de resposta aos efeitos da seca, induzida pelo fenómeno El Niño na região da África Austral.
Lembrou que a República de Madagáscar assistiu à devastação causada pelos ciclones tropicais Alvaro, Filipo e Gamane entre Janeiro e Março de 2024, que causaram a perda de vidas, a destruição de bens e de infra-estruturas.
“Assistimos também a chuvas e inundações contínuas em Eswatini, Lesoto, Malawi e República Unida da Tanzânia, que causaram a perda de vidas e a destruição de infra-estruturas e propriedades, resultando em milhares de milhões de dólares em danos e perdas”, disse.
Acrescentou ainda que durante a campanha agrícola 2023/24, assistiu-se a perdas de colheitas em resultado da seca induzida pelo fenómeno El Niño, que já está a causar défices alimentares.
“Como consequência, já estamos a assistir à volatilidade dos preços dos produtos essenciais de base”, reforçou.
Destacou ainda que a baixa precipitação está também a ter impacto na disponibilidade de recursos hídricos para o abastecimento de água, serviços de saneamento e higiene, produção de energia e produção animal. Alguns países já estão a sofrer longas horas de cortes de electricidade.
Agradeceu o apoio dos parceiros, especialmente em momentos críticos em que a região enfrenta a devastação fruto das múltiplas ameaças recorrentes que causam estragos nas comunidades e economias.
Esta reunião é uma resposta à directiva do Presidente em Exercício da SADC, João Lourenço, na sequência da decisão do Conselho de Ministros da SADC, de Agosto de 2023, e das recomendações do Comité Directivo do Programa de Avaliação e Análise da Vulnerabilidade Regional.
O encontro antecede a Cimeira Extraordinária virtual de Chefes de Estado e de Governo desta organização continental, a ser realizada segunda-feira (dia 20), para apreciar a situação humanitária na região, na sequência da seca induzida pelo El Niño, que teve um impacto negativo nas vidas e nos meios de subsistência de cerca de 58 milhões de pessoas.
O Chefe da diplomacia angolana apelou a todos os Estados- Membros para que levem a sério as recomendações e as implementemos religiosamente, de modo a reduzir o impacto destes desastres e a reforçar a resiliência das nossas comunidades a longo prazo. FMA/PA