Luanda - O ministro das Relações Exteriores, Téte António, apresentou, esta terça-feira, em Bruxelas, Bélgica, a visão estratégica da diplomacia angolana, virada essencialmente à política africana, sem descurar as questões da política externa e de cooperação internacional.
Na sua alocução no Conselho de Ministros da Organização África, Caraíbas e Pacífico (ACP)-União Europeia (UE), fez saber que os compromissos com outros organismos e organizações internacionais também fazem parte da agenda diplomática do país.
Segundo uma nota de imprensa, chegada hoje à ANGOP, o governante explicou que esta aposta deve-se à existência de conflitos armados, reinantes em certas regiões, insegurança e penúria alimentar, assim como à necessidade de uma profunda reforma na Organização das Nações Unidas (ONU).
Por outro lado, defendeu que África deve trabalhar para mudar o conceito de um continente de fome, insegurança e de conflito e mostrar ao mundo a sua verdadeira potencialidade, atendendo os recursos naturais existentes.
Na visão do diplomata, Angola deve amadurecer a ideia da realização de uma cimeira a nível de África, para debater os grandes desafios para o desenvolvimento do continente africano.
Aproveitou a reunião para partilhar a estratégia e o modo de actuação da diplomacia angolana, além de debruçar-se sobre a preparação da 10ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da OACP a realizar-se de 6 a 10 de Dezembro, em Luanda.
Téte António, abordou ainda o novo acordo de parceria entre a OACP e UE que constituirá o novo quadro jurídico para as relações entre o bloco europeu e os 79 países de África, Caraíbas e Pacífico (ACP).
O referido documento visa reforçar a capacidade da UE e dos países da ACP para responderem, em conjunto, aos desafios mundiais.
Estabelece princípios comuns e abrange domínios como Democracia e Direitos Humanos, desenvolvimento e crescimento económico sustentável, alterações climáticas, desenvolvimento humano e social, paz e segurança, entre outros.
O acordo incluirá uma base comum a nível dos Estados ACP, combinada com três protocolos regionais para África, Caraíbas e o Pacífico, com enfoque nas necessidades específicas destas regiões.
O Conselho de Ministros ACP-UE é a instituição superior da parceria ACP-UE. Reúne-se uma vez por ano, em Bruxelas e num país da organização, alternadamente.