Huambo - Os soberanos da província do Huambo solicitaram, esta quinta-feira, maior advocacia dos deputados na resolução dos problemas sociais que afligem a população, na perspectiva da promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades.
As autoridades tradicionais, que falavam durante um encontro com os deputados do Círculo Eleitoral desta região do Planalto Central do país, auguram pela celeridade dos parlamentares, enquanto representantes do povo, na apresentação das inquietações das comunidades do Huambo à Assembleia Nacional.
Defenderam intensificação das tarefas de mediadores junto às instâncias governamentais e de fiscalizadores dos programas do Executivo, para melhor reflectirem na vida dos cidadãos.
O rei do Huambo, Artur Moço, considerou que a implementação dos programas de Investimento Público (PIP), de Transferências Sociais Monetárias (Kwenda), de Combate à Pobreza e o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) precisam ser bem fiscalizado pelos deputados, para a satisfação das necessidades básicas da população.
Apontou a necessidade da reabilitação da malha rodoviária da província, para além da carência de água potável e escolas, sobretudo, do I e II ciclo em várias localidades do município do Huambo, que clama, igualmente, pela requalificação da estufa-fria e da ribeira do Calombula.
O soberano augura que as verbas aprovadas pelo Presidente da República, João Lourenço, para reestruturação da cidade do Huambo, venham a merecer a fiscalização dos deputados, para que sejam aplicados devidamente.
O rei da Chiyaca, Lwandjengombo IV, indicou a falta de energia eléctrica, o mau estado das vias de rodoviárias, a carência de infra-estruturas sociais e de equipamentos para agricultura mecanizada, como sendo as principais dificuldades da zona Oeste da província do Huambo.
Por esta razão, convidou os deputados a visitarem o Reino da Chiyaca, no município do Chinjenje, de modo a constatarem os reais problemas das comunidades, na sua maioria, em situação precária, por carência de meios de produção agrícola.
Por seu turno, o rei do Sambo, Mariano Sampaio, solicitou a intervenção dos deputados na advocacia para a construção de mais escolas, unidades sanitárias, residências para os funcionários públicos e a melhoria das estradas, para facilitar o escoamento dos produtos do campo os centros de conservação e consumo.
Também pediu a intervenção dos parlamentares no aumento dos subsídios das autoridades tradicionais que rondam, actualmente, entre 10 e 20 mil Kwanzas, pagos de três em três meses, bem como na melhoria das condições de habitabilidade e transporte.
Em resposta, o coordenador do Gabinete dos Deputados do Círculo Eleitoral do Huambo, Armando Capunda, considerou pertinentes as preocupações das autoridades tradicionais, ao informar que com base no regulamento da Assembleia Nacional, serão apresentados a esta instância do povo.
O encontro, disse, visou reforçar e estabelecer as relações de cooperação com as autoridades tradicionais, sendo que os problemas apresentados servirão de base das questões locais, a serem levadas ao Parlamento.
O Círculo Eleitoral do Huambo, que manteve pela primeira vez um encontro com as autoridades tradicionais, conta com três deputados do MPLA e dois da UNITA, eleitos nas eleições gerais de 24 de Agosto de 2022.
Com cinco reinos, designadamente Bailundo, Chiyaca, Chingolo, Huambo e Sambo, esta província do Centro de Angola conta com uma população estimada de dois milhões 700 mil habitantes, distribuídos pelos municípios do Bailundo, Caála, Cachiungo, Chicala-Cholohanga, Chinjenje, Ecunha, Huambo, Londuimbali, Longonjo, Mungo e Ucuma, que perfazem 35.771 quilómetros quadrados de extensão. MLV/JSV/ALH