Cuanza-Norte - O novo Hospital Geral do Cuanza-Norte, designado Mário Pinto de Andrade, com capacidade de 200 camas, foi inaugurado esta terça-feira, na cidade de Ndalatando, pelo Presidente da República, João Lourenço.
Após o corte da fita e o descerrar da placa, acto que simbolizou a inauguração da infra-estrutura, o Titular do Pode Executivo que se encontra na cidade de Ndalatando, Cuanza- Norte, em visita de trabalho de 48 horas, percorreu áreas de serviço da unidade sanitária que possui equipamentos médicos de alta qualidade tecnológica.
No local, o Chefe de Estado, acompanhado da primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, recebeu explicações do empreiteiro da obra e de responsáveis do Ministério da Saúde sobre a forma como vai funcionar o empreendimento .
De nível 3, o hospital Mário Pinto de Andrade prestará serviços de cirurgia, imagiologia, reabilitação física, neonatologia, urgências, cuidados intensivos e outros.
Também tem serviços de hemodialises para atender doentes com problemas renais, que eram tratados nas províncias vizinhas como Benguela, Huambo e Luanda.
Nacionalista
Mário Pinto de Andrade foi um dos principais intelectuais e líderes nacionalistas africanos do século XX, especialmente conhecido por seu papel na luta pela independência de Angola.
Nascido em 21 de Agosto de 1928, no município do Golungo Alto, província do Cuanza-Norte, teve uma formação acadêmica em Portugal, onde estudou filosofia na Universidade de Lisboa e se envolveu com círculos nacionalistas e anti-coloniais africanos, conhecendo outros intelectuais que buscavam a independência de suas nações.
Mário Pinto de Andrade foi um dos fundadores do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em 1956, organização que se tornaria o principal movimento que libertou os angolanos da então repressão colonial portuguesa.
O nacionalista angolano acreditava na importância da unidade africana e se inspirava nas ideias socialistas e no pensamento de autores como Aimé Césaire e Léopold Sédar Senghor, figuras proeminentes do movimento da negritude.
Durante seu exílio em vários países, Mário Pinto de Andrade trabalhou em prol da luta angolana e africana, tornando-se um dos maiores defensores da independência e da libertação dos povos colonizados.
Além disso, foi um escritor prolífico, publicando poemas, ensaios e livros sobre temas relacionados à cultura africana, ao colonialismo e à política.
Em 1962, devido a divergências ideológicas e pessoais, ele deixou a liderança do MPLA, embora continuasse apoiando a causa angolana.
Mário Pinto Andrade morreu em 26 de Agosto de 1990, em Londres, Reino Unido. AFL/VIC