Huambo - O Presidente da República, João Lourenço, deixou, por volta das 10 horas desta quinta-feira, a cidade do Huambo, depois de ter participado nas actividades alusivas ao Dia da Cultura Nacional, celebrado a 8 do corrente mês.
O programa das festividades em alusão à efeméride culminou com um espectáculo músico-cultural onde o Chefe de Estado recebeu do ministro da Cultura, Filipe Zau, o prémio que a UNESCO outorgou ao Estado angolano, em reconhecimento das valências da cultura nacional de Angola.
O prémio contempla um certificado da classificação dos Sona como Património Cultural Imaterial da Humanidade, atribuído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que representa a cultura dos povos Cokwe, região Leste do país que engloba as províncias da Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico.
A palavra Sona (plural de lusona) serve para designar a escrita em geral (letras, figuras e desenhos) e consiste na combinação de pontos e traços feitos na areia.
Ela é feita através de técnica existente há milhares de anos no contexto cultural Cokwe da região Leste de Angola.
Na ocasião, João Lourenço destacou a importância da distinção, salientando que a mesma “tem a ver com a cultura Cokwe, mas também com a cultura de todos os angolanos”.
No Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro”, onde decorreu a cerimónia na presença do governador do Huambo, Pereira Alfredo, de membros do Executivo e convidados, João Lourenço assistiu ao convívio cultural marcado com a exibição de vários artistas locais e entrega de diplomas a individualidades ligadas à promoção da cultura nacional.
A noite cultural ficou marcada, também, pela apresentação do projecto “Mais Arte - simbioses de guitarras”, bem como a demonstração ecléctica de disciplinas culturais, desde instrumentos musicais a performances vocais de artistas prestigiados.
Este ano, as comemorações do Dia da Cultura Nacional estão enquadradas no contexto dos 50 anos do aniversário da Independência Nacional, que se assinala a 11 de Novembro próximo.
O 8 de Janeiro é dedicado à valorização, promoção e preservação da rica diversidade cultural, instituída como uma forma de destacar a importância da cultura na identidade e desenvolvimento nacional. A data remonta ao período pós-independência em que se buscava consolidar os valores culturais angolanos.
A efeméride foi aprovada em decreto-lei nº 21 e publicada no Diário da República nº 87, I série, de Novembro de 1986, em homenagem ao discurso sobre a Cultura Nacional do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, proferido em 1979, na tomada de posse dos corpos gerentes da União dos Escritores Angolanos, em Luanda.
Na ocasião, o considerado poeta maior António Agostinho Neto fez uma abordagem sobre a Cultura Nacional, que desde então passou a ser referência fundamental em todas as discussões sobre a temática da Cultura angolana. AFL/ALH