Luanda - A instabilidade político-militar prevalecente na Região dos Grandes Lagos, esteve em análise, nesta sexta-feira, em Luanda, na audiência que o Presidente da República, João Lourenço, concedeu ao enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a referida região, Huang Xia.
Em declarações à imprensa, à saída do encontro, o diplomata de nacionalidade chinesa considerou “muito difícil” a situação na Região dos Grandes Lagos.
“A situação está muito difícil, por isso, cabe a nós concertar ideias, razão pela qual vim falar com o Presidente angolano para saber quais são as suas aspirações em a volta da cimeira de amanhã (sábado)”, explicou.
Huang Xia está em Angola, com o fim de participar, este sábado (3), em Luanda, na Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e Governo da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), rotativamente presidida por João Lourenço.
Para o alto funcionário das Nações Unidas, a busca da paz, estabilidade e segurança na região deve ser feita por todos os parceiros, começando pelos dirigentes dos Estados-membros da organização.
“Temos que trabalhar cada vez mais para objectivos que possam trazer soluções dos problemas latentes neste momento na região”, exprimiu.
Criada em 1994, após os conflitos políticos e militares que marcaram a Região dos Grandes Lagos, no início da década de 1990, a CIRGL congrega Angola, Burundi, as repúblicas Centro-Africana e Democrática do Congo, bem como o Congo, Quénia, Uganda, Rwanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia.
Enviado do Sudão
Ainda hoje, num outro momento, o Presidente João Lourenço abordou questões ligadas ao conflito interno na República do Sudão, com Daffa Alla Elhag Ali Osman, Enviado Especial do Presidente do Conselho Soberano de Transição deste país, Abdel Fattah Al-Burhan.
Após o encontro, decorrido no Palácio Presidencial, o emissário sudanês, que está na capital angolana para participar também na Cimeira Extraordinária da CIRGL, não prestou declarações aos jornalistas.
Conflito
Actualmente, o Sudão é um país instável em termos económicos e políticos, com frequentes conflitos internos.
Os mais recentes confrontos no Sudão eclodiram a 15 de Abril, quando forças paramilitares tentaram tomar o poder e passaram a enfrentar o exército.
Mais de quatrocentas pessoas morreram e um número indeterminado de pessoas fugiram do país, em busca de sobrevivência em países vizinhos. AFL/AL/ADR