Autoridades retêm alegadas vítimas de tráfico de humanos no Cunene

     Política           
  • Cunene     Terça, 02 Abril De 2024    19h03  
1 / 3
Vítimas de tráfico de seres humanos apanhados no Cunene
Vítimas de tráfico de seres humanos apanhados no Cunene
Fabiana Hitalúkua-ANGOP
2 / 3
Porta voz do SIC no Cunene, Inspector Beloune Carlos
Porta voz do SIC no Cunene, Inspector Beloune Carlos
Fabiana Hitalúkua-ANGOP
3 / 3
Delegado da Justiça no Cunene, Aldovino Mwafelwa
Delegado da Justiça no Cunene, Aldovino Mwafelwa
Fabiana Hitalúkua-ANGOP

Ondjiva - Onze cidadãos de nacionalidades bengalesa e paquistanesa, provenientes do Dubai e com destino à África do Sul, encontram-se retidos, desde domingo (31 de Março), na província do Cunene, por suspeita de tráfico de seres humanos.

O facto foi tornado público esta terça-feira, na região, pelo porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC) no Cunene, inspector Beloune Carlos, referindo tratar-se de um caso de crime organizado em que são vítimas 16 cidadãos estrangeiros, recrutados por cidadãos da mesma nacionalidade residente no Dubai, sobre protesto de empregá-los na  África do Sul.

Disse que as vítimas desembarcaram no país dia 24 de Março, através do aeroporto internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, com visto de turistas e, por via terrestre, pretendiam chegarem à Namíbia.

Nesta senda, esclareceu que foi montado um comité de recepção em Luanda e outro no Cunene, composto por cidadãos nacionais que facilitam o trajecto da capital até Ondjiva e Santa Clara, hospedando-lhes em diferentes unidades hoteleiras.

Após este processo, por intermédio de caminho "fiotes", pretendiam atravessar para a República da Namíbia, país para o qual acabaram por entrar cinco destes cidadãos auxiliado por angolanos, detidos sob mandato do Ministério Público (MP).

Fez saber que, dos detidos sob acusação do crime de tráfico ilícito de migrantes, um é funcionário público afecto à Delegação da Justiça no Cunene, e que serão apresentados ao juiz de garantia para determinar a medida de coação.

O inspector explicou que fruto do trabalho de inteligência policial, busca e recolha de informação, conseguiram determinar o facto e mediante o trabalho de cooperação entre os dois países, foram recolhidas igualmente as cinco vítimas, que acabaram por atravessar a fronteira, que agora encontram-se nas celas de Ongwediva (região de Oshana), por migração ilegal.

Quanto aos estrangeiros, afirmou que os mesmos estão sob protecção para que, a posterior, e em coordenação com as autoridades migratórias, possam ser encaminhados para Luanda, no sentido de  regressarem ao país de origem.

Deu ainda a conhecer que os trabalhos estão a ser desenvolvidos em coordenação com a embaixada na África do Sul, Interpol e Serviços de Migração Estrangeiro (SME), no sentido de se efectuar uma investigação profunda no intuito de prevenir a ocorrência destes crimes.

Apontou ainda a intensificação do patrulhamento na orla fronteiriça pela Polícia de Guarda Fronteira, no sentido de impedir a entrada de outros cidadãos na Namíbia.

Por seu turno, o delegado da Justiça e coordenador do Comité provincial de Direitos Humanos no Cunene, Aldovino Mwafelwa, caracterizou o facto como indício de tráfico de seres humanos, salientando a importância da protecção das vítimas, em contextos como estes, e a responsabilização dos supostos autores.

Disse tratar-se de jovens que se deslocam do seu país sem as mínimas condições de subsistência, facto que requer acções de assistência alimentar e de alojamento, enquanto se despoletam os mecanismos de regresso aos países de origem.

Aldovino Mwafelwa afirmou serem frequentes casos do género, onde o Cunene lidera a lista do topo de províncias com mais casos de tráfico de seres humanos, por se tratar de uma região transfronteiriça com acesso aos países como Namíbia, África do Sul e Botswana.

Sem precisar dados, disse que a tendência era a diminuição, mas o fenómeno ressurgiu com envergadura diferente do normal, facto que requer a responsabilização criminal e judicial dos supostos traficantes.

A província do Cunene partilha 460 quilômetros de fronteira com a República da Namíbia, destes 340 terrestres e 120 fluviais. FI/LHE/SC





Fotos em destaque

SODIAM arrecada USD 17 milhões em leilão de diamantes

SODIAM arrecada USD 17 milhões em leilão de diamantes

Sábado, 20 Abril De 2024   12h56

Fazenda colhe mil toneladas de semente de milho melhorada na Huíla

Fazenda colhe mil toneladas de semente de milho melhorada na Huíla

Sábado, 20 Abril De 2024   12h48

Huambo com 591 áreas livres da contaminação de minas

Huambo com 591 áreas livres da contaminação de minas

Sábado, 20 Abril De 2024   12h44

Cunene com 44 monumentos e sítios históricos por classificar

Cunene com 44 monumentos e sítios históricos por classificar

Sábado, 20 Abril De 2024   12h41

Comuna do Terreiro (Cuanza-Norte) conta com orçamento próprio

Comuna do Terreiro (Cuanza-Norte) conta com orçamento próprio

Sábado, 20 Abril De 2024   12h23

Exploração ilegal de madeira Mussivi considerada “muito crítica”

Exploração ilegal de madeira Mussivi considerada “muito crítica”

Sábado, 20 Abril De 2024   12h19

Hospital de Cabinda realiza mais de três mil cirurgias de média e alta complexidade

Hospital de Cabinda realiza mais de três mil cirurgias de média e alta complexidade

Sábado, 20 Abril De 2024   12h16

Camacupa celebra 55 anos focado no desenvolvimento socioeconómico

Camacupa celebra 55 anos focado no desenvolvimento socioeconómico

Sábado, 20 Abril De 2024   12h10

Projecto "MOSAP 3" forma extensionistas para escolas de campo em todo país

Projecto "MOSAP 3" forma extensionistas para escolas de campo em todo país

Sábado, 20 Abril De 2024   12h05

Comunidade do Lifune (Bengo) beneficia de biofiltros

Comunidade do Lifune (Bengo) beneficia de biofiltros

Sábado, 20 Abril De 2024   11h58


+