Luanda - O secretário do Bureau Político do MPLA para as Relações Internacionais, Manuel Augusto, participou, esta quinta-feira em Havana, Cuba, na cerimónia de homenagem aos combatentes cubanos tombados em distintas missões em África.
A cerimónia enquadra-se em mais um aniversário da Operação Tributo, que recorda a transferência e sepultamento dos restos mortais de combatentes internacionalistas mortos em combate no continente africano.
A data que constitui um momento solene e que evoca os funerais de dois mil 085 cubanos que tombaram no continente berço pela erradicação do apartheid e em apoio à independência de Angola contou ainda com presença de membros do corpo diplomático africano acreditado em Cuba, altos responsáveis do partido e governo cubano e familiares dos homenageados.
Durante pouco mais de três décadas, entre 1975 e 1991, a ilha caribenha, a pedido do governo angolano, liderado pelo MPLA, prestou assistência militar a Angola, sitiada por outras forças internas e por tropas sul-africanas do então regime do apartheid.
O envio de dezenas de milhares de tropas da pequena ilha antilhana, conhecida como Operação Carlota, constituiu um feito no campo militar e conseguiu frustrar as tentativas de impedir a soberania angolana.
Durante aqueles anos de guerra, o heroísmo dos combatentes cubanos ao lado dos angolanos também contribuiu para a independência da Namíbia e a libertação do líder sul-africano Nelson Mandela, após longos anos de prisão.
O impulso vitorioso daquela força conduziu a um processo de paz entre as partes, que acabou por acordar também na retirada de cerca de 52 mil cubanos que cumpriram a tarefa que lhes foi confiada pela liderança do país.
Neste contexto, em 1989, teve lugar a cerimónia de sepultamento dos que tombaram em Angola, na Etiópia e noutros países, realizada em El Cacahual um local da capital cubana onde se encontram os restos mortais do tenente-general António Maceo e do seu assistente Panchito Gómez, mortos no dia 07 de Dezembro de 1896.
A Operação Tributo foi o resultado do trabalho de investigadores forenses do Instituto Cubano de Medicina Legal, que utilizaram os seus conhecimentos e experiência para identificar e preparar os restos mortais dos combatentes da Missão Militar Cubana em Angola. VIC