Luanda - A secretária de Estado para Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável, Paula Coelho, defendeu, este sábado, a melhoria da legislação de preservação das espécies marinhas e de educação e consciencialização específica para as crianças como acções imediatas para o sector.
A dirigente fez estas declarações à imprensa no âmbito da visita do Presidente da República, João Lourenço, ao Projecto Kitabanga, dedicado ao estudo e à preservação de tartarugas, no município do Porto Amboim, província do Cuanza Sul.
Paula Coelho frisou que o trabalho de continuidade terá como foco as tartarugas, por serem uma espécie sobre a qual existem já estudos mais aprimorados.
“Que seja este o projecto-piloto ou modelo, mas estas são umas das acções imediatas que vamos dar seguimento enquanto Ministério do Ambiente”, disse.
Afirmou que o ministério tem acompanhado o exercício feito pelo Projecto Kitabanga, dentro do seu programa social, para se ter mentes melhor consciencializadas, numa altura crítica em que as espécies estão em grande declínio.
Defendeu maior investimento, tendo referido o engajamento de parceiros e a necessidade de mais patrocínios, sobretudo para a comunidade, pois, assim, será possível vencer os desafios e ter uma Angola cada vez melhor.
Segundo a secretária de Estado, o posicionamento geográfico de Angola e a corrente de Benguela trazem áreas de nidificação e outras espécies, pelo que o país tem um grande acervo ainda de estudo para a ciência a nível nacional, regional e internacional
Paula Coelho falou da existência de outros projectos de biodiversidade, que, no seu entender, precisam de algum impulso, tendo em conta a dinâmica, as alterações climáticas e a intercessão do homem nos ecossistemas
Citou o projecto ligado a espécie marinha e ribeirinha manatim, sob alçada da associação Ango-fauna, em fase de prospecção e pesquisa.
De igual modo, fez menção ao projecto embrionário dedicado à análise de grandes planos de foz na província de Cabinda, que prevê o resgate de algumas espécies que partilhavam as águas com o rio Zaire, bem como o Projecto Palanca, relativo aos grandes símios, ou primatas, amplamente conhecido, mas muito silencioso.
“Temos o projecto pronto. Neste momento, o ministério vai olhando para a mobilização de recursos e patrocinadores, através da adopção dos grandes gorilas, que também vão sendo ameaçados por vários fenómenos”, frisou.
O Projecto Kibanga é dedicado ao estudo e conservação de tartarugas marinhas, implementado pelo Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências Naturais da Universidade Agostinho Neto, em parceria com a Fundação Kissama e a Universidade do Namibe, e a anuência do Ministério do Ambiente.
O mesmo monitoriza 150 quilómetros da costa, estando implantado nas províncias de Luanda, Bengo, Zaire, Benguela, Namibe e Cuanza Sul.
Desde a sua criação, em 2003, o projecto permitiu a protecção de 45 mil ninhos, o que resultou na desova em segurança de quatro (4) milhões e 500 mil tartarugas.
Neste sábado, o projecto foi visitado pelo Chefe de Estado, João Lourenço, que, entre outras actividades, procedeu à transferência de centenas de tartarugas neonato para o mar, na foz do rio Longa, na província do Cuanza Sul. VC