Uíge - A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, anunciou, esta quinta-feira, na província do Uíge, que o país poderá contar, até 2027, com mais 38 mil especialistas nas carreiras de assistência, enfermagem, médico-cirúrgica, saúde pública e outras áreas.
A governante, que participa da reunião de dois dias do Conselho de Governação Local, considerou ambicioso o processo de formação de quadros no sector da saúde.
Nos últimos cinco anos, o sector registou o enquadramento de 33 mil e 93 profissionais, perfazendo um crescimento de 35 por cento do total da força de trabalho. O Sistema Nacional de Saúde (SNS) conta, actualmente, com 96.831 profissionais.
O SNS registou, igualmente, no mesmo período, um aumento de 163 unidades sanitárias modernas, apetrechadas e equipadas com tecnologia moderna. O sistema conta, actualmente, com mais 13 mil e 426 camas.
Entre as principais unidades hospitalares construídas nos últimos cinco anos, consta o Centro Especializado de Tratamento de Endemias e Pandemias, Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, Instituto Hematológico Pediátrico Dra. Victória do Espírito Santo, Hospital Materno Infantil Azancot Menezes, Hospital Geral do Bié.
Ao responder as preocupações apresentadas pelo governador do Uíge, José Carvalho da Rocha, sobre a necessidade de quadros e infra-estruturas, a ministra disse que essa região tem 105 médicos e 240 enfermeiros a fazerem especialidade, técnicos médios e em breve os licenciados também farão especialidade.
Sobre a necessidade de construção de infra-estrutura, afirmou que sempre que surgir uma fonte de financiamento, os projectos prioritários serão inseridos.
A ministra destacou a construção de um hospital geral de nível terciário, em curso na província do Uíge, que será concluído em dois anos.
Apesar disso, disse ser necessário que a província do Uíge tenha um hospital de referência pediátrica e uma maternidade com todas as condições.
Anunciou, por outro lado, que a província do Uíge poderá contar com uma “antena epidemiológica”, por essa razão, alguns quadros estão a fazer mestrado em epidemiologia de campo.
A aposta nesse modelo de saúde preventiva foi justificada pelo facto da região fazer fronteira República Democrática do Congo, zona vulnerável no surgimento de epidemia.
Energia e águas no Uíge
Sobre o concurso de electrificação da província do Uíge, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, informou ser uma extensão de 950 quilómetros de linha e que está avaliado em 200 milhões de dólares americanos.
No quadro do projecto, disse estar em curso o tratamento da questão do financiamento, para que nos próximos meses iniciem as obras da primeira fase, com a previsão de electrificação de oito municípios.
Falou do arranque, nos próximos dias, no município do Uíge, da execução dos trabalhos de 15 mil ligação domiciliares, para beneficiar 200 mil pessoas, reforçar a estação de captação e tratamento de água e um projecto de saneamento para quatro mil casas.
João Baptista Borges assegurou que o projecto vai se estender para outras sedes municipais, com destaque para a Damba e Maquela do Zombo, que já tem uma execução avançada, e outras 13 sedes municipais com sistemas por reabilitar ou redimensionar.
Para isso, o ministro disse ser necessário um pacote de cerca de 180 milhões de dólares americanos para a sua materialização. JAR
