Luanda - O Conselho de Ministros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), terminado nesta segunda-feira, em Luanda, debateu a operacionalização do centro de coordenação de operações humanitárias, para fazer face a calamidades e desastres naturais na região.
A informação foi prestada no final da reunião iniciada no domingo para preparar a 43ª Cimeira Ordinária de Chefes de Estados e de Governo da SADC, a realizar-se no dia 17, quinta-feira, na capital angolana, Luanda.
Segundo o porta-voz da Cimeira, Jorge Catarino Cardoso, os ministros consideraram que a operacionalização do porto moçambicano de Nacala permitirá fazer face a calamidades e desastres naturais de forma coerente, consistente e coordenada.
Explicou que pelo menos oito países assinaram já o acordo para a sua operacionalização do centro, faltando três para que o mecanismo de prevenção e gestão de desastres naturais funcione.
Indicou que se perspectiva que Angola venha assinar o memorando durante a Cimeira para viabilizar o mecanismo, principalmente, porque a estação de chuva se aproxima, com o risco de desastres, inundações e estiagem, que provocam insegurança alimentar e a destruição de importantes infra-estruturas.
O também director para África, Médio Oriente e Assuntos Regionais do Ministério Angola das Relações Exteriores informou que o Conselho de Ministros avaliou os avanços na implementação do protocolo sobre a paridade do género e desenvolvimento na região austral, como ferramenta essencial para a afirmação positiva das mulheres.
Referiu que o Conselho destacou a Namíbia com uma representatividade de 55% de mulheres no Executivo, e da África do Sul que também já alcançou a paridade, estabelecida pela União Africana.
Adiantou que Angola como uma representatividade feminina nos órgãos de soberania na ordem dos 38% está a fazer uma caminhada rumo à paridade.
Jorge Cardoso informou que a região prepara uma homenagem ao antigo estadista e nacionalista tanzaniano, Julius Kambarage Nyerere (1922-1999), com a construção e o descerramento de uma estátua sua em Addis Abeba (Etiópia), por ocasião da próxima cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana.
A reunião de ministros, de acordo com o porta-voz, procedeu à concertação sobre candidaturas da região para as organizações da União Africana e para as várias agências do sistema da ONU, forjando as melhores estratégias diplomáticas para alcançar os lugares desejados.
Citou, a título de exemplo, a candidatura das Ilhas Maurícias a membro não permanente do Conselho de Segurança para o biénio 2025/2026, e do Zimbabwe para 2027/2028, da Tanzânia à presidência da União Inter-Parlamentar, em assembleia a decorrer em Outubro, em Luanda, e da Zâmbia que aspira o cargo de secretário-geral organização de polícia internacional, Interpol.
A Cimeira de Chefes de Estado da SADC do dia 17 vai ser antecedida da reunião da Troika do órgão, organismo encarregue das questões de paz, defesa e segurança, que vai analisar a situação de estabilidade política e de segurança na região.
Jorge Cardoso informou que o Conselho de Ministros adoptou e decidiu submeter a aprovação da Cimeira de Chefe de Estado e de Governo o lema “Capital humano e financeiro: principais factores para a industrialização sustentável da Região da SADC”. JFS/AL