Luanda - Assinala-se esta quinta-feira, 23 de Março, o 35º aniversário da batalha do Cuito Cuanavale, consagrado como Dia da Liberdade da África Austral.
O 23 de Março, após discussão e aprovação, é celebrado pela quinta vez como Dia Internacional da Libertação da África Austral, uma “festa” que envolve todos os países membros desta comunidade.
A batalha aconteceu na localidade angolana do Cuito Cuanavale, província do Cuando Cubango, entre as extintas FAPLA, apoiadas por internacionalistas cubano, e as extintas Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA) afecta à UNITA, com o apoio militar do então regime sul-africano do apartheid.
É considerado o maior confronto militar da guerra civil angolana e decorreu de 15 de Novembro de 1987 a 23 de Março de 1988.
A nível do continente africano, esta batalha foi a mais prolongada desde a segunda guerra mundial.
O evento tornou-se o ponto de viragem decisivo na guerra que se arrastava há longos anos, incentivando um acordo entre sul-africanos e cubanos para a retirada de tropas e a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem à implementação da resolução 435/78 do Conselho de Segurança da ONU, levando à independência da Namíbia e ao fim do regime de segregação racial, que vigorava na África do Sul.
No local, o Governo angolano ergueu o Memorial a "Vitória da Batalha do Cuito Cuanavale”, uma imponente infra-estrutura que recebe anualmente dezenas visitantes entre nacionais e estrangeiros.
No conjunto escultório feito de bronze, num espaço de 50 metros de comprimento, estão gravados os três momentos sequenciais da batalha, nomeadamente o momento que retrata a concentração das unidades militares das FAPLA, a caminhada rumo à vitória e as unidades em defesa da vila.
A denominada parede dos heróis ocupa uma faixa de 75 metros de comprimento. As esculturas em bronze simbolizam a homenagem aos militares das FAPLA, a educação patriótica, a guerra, a destruição, o sofrimento da população do Cuito Cuanavale, a firmeza e a determinação dos angolanos na vitória.
Adjacente ao memorial está o museu a céu aberto, onde está exposto todo o material bélico usado pelas FAPLA durante os combates, com realce para os tanques de guerra BMP-1 e 2, peças de artilharia de 130, D-30 e 76 milímetros, aviões de combate Mig-23 e 21, peças anti-aérea ZU-23, metralhadoras do tipo PKM, dentre outros equipamentos militares. OHA/VM