Luanda - Os chefes das diplomacias da República Democrática do Congo (RDC) e do Rwanda, reunidos, este sábado, sob mediação de Angola, decidiram manter a via do diálogo para a solução da tensão política entre os dois países.
A decisão consta do comunicado final da reunião realizada na capital angolana, adiantando que as partes propuseram a criação de um cronograma para acelerar a implementação do roteiro de paz para os dois países.
O documento aclara que a implementação do roteiro da paz se insere no quadro da reunião da comissão conjunta permanente entre a RDC e o Rwanda, realizada em Julho último, em Luanda.
Ainda segundo o comunicado, as partes defenderam o desdobramento imediato do mecanismo de verificação em Goma (RDC), devendo os chefes de serviços de inteligência dos dois países trabalharem na implementação dos "pressupostos do roteiro de paz".
A reunião tripartida propôs a realização de reuniões, a todos os níveis, com vista a assegurar a coordenação entre o processo de Luanda e de Nairóbi (Kénia).
Antecedida por um encontro dos serviços de inteligência e segurança militar dos três países, a Reunião Tripartida ministerial visou relançar o diálogo entre as autoridades da RDC e do Rwanda.
O encontro também visou a retoma do processo de implementação do roteiro de Luanda, de Julho de 2022.
No documento, os titulares dos Negócios Estrangeiros da RDC e do Rwanda agradeceram ao Chefe de Estado angolano, João Lourenço, e o Governo de Angola a disponibilidade e engajamento no processo de paz na Região dos Grandes Lagos.
A reunião Tripartida juntou o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, e os titulares das pastas dos Negócios Estrangeiros da RDC, Christophe Pen’Apala e do Rwanda, Vicent Biruta.
A tensão entre a RDC e o Rwanda cresceu nos últimos meses, após o reinício, em Março último, dos combates entre o exército da RDC e o movimento M23, segundo as autoridades de Kinshasa, apoiado pelo país vizinho.
Angola preside à Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), bloco geográfico ao qual pertence o Congo Democrático. Nessa condição, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, mandatado pela União Africana para mediar o conflito, tem multiplicado iniciativas para alcançar a paz.