Luanda – O imperativo da pacificação entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda esteve no centro de uma reunião tripartida, este sábado, em Luanda, entre entidades militares de Angola, enquanto mediador, e dos dois países em conflito.
Presidida pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, general Francisco Pereira Furtado, a reunião aconteceu no quadro dos esforços que têm sido desenvolvidos pelo Presidente de Angola, João Lourenço, para a pacificação da Região dos Grandes Lagos.
Participaram do encontro representantes do Serviço de Inteligência Externa (SIE) de Angola, da Agência Nacional de Inteligência (ANR) da RDC e dos Serviços de Segurança e Inteligência Nacional (NISS) da República do Rwanda, bem como de um representante do Mecanismo “Ad Hoc” de Verificação.
Na sua qualidade de mediador do conflito que opõe os dois países, o Presidente de Angola, João Lourenço, sugeriu, na quarta-feira, que se desse início ao diálogo a nível ministerial e de peritos, uma vez não haver, ainda, condições para um encontro entre os presidentes dos dois países.
Ao intervir na Reunião da Mesa da Assembleia da União Africana (UA), realizada por videoconferência, João Lourenço afirmou que a tensão actual entre os dois países vizinhos não permite reunir os seus presidentes, pelo que o diálogo terá de ser feito a nível ministerial e de peritos.
"Acordamos, com a RDC e o Rwanda, que, no próximo sábado, os serviços de inteligência dos dois países e o de Angola se reúnam em Luanda”, disse João Lourenço, ao intervir na Reunião da Mesa da Assembleia da União Africana (UA), realizada por videoconferência.
“A intenção é que as partes afiram, do ponto de vista técnico, o que está realmente a acontecer no terreno”, sublinhou o estadista angolano, quem insistiu que "as partes devem dialogar".
A tensão entre a RDC e o Rwanda cresceu nos últimos meses, após o reinício, em Março último, dos combates entre o exército da RDC e o Movimento M23, de etnina tutsi, que, segundo as autoridades de Kinshasa, é apoiado pelo país vizinho.