Ponte Negra - A residência onde viveu o primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, na cidade de Dolisie, província de Niari, República do Congo, nos anos 60, será transformada em museu.
A informação foi prestada segunda-feira, na cidade de Dolisie, pelo embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola na República do Congo, Vicente Muanda, durante um acto politico que marcou as celebrações do 17 de Setembro, Dia do Herói Nacional.
Assegurou que a infra-estrutura vai beneficiar, ainda este ano, de obras de reabilitação por se tratar de um local histórico da luta armada de libertação nacional, que deu lugar à independência nacional a 11 de Novembro de 1975.
De acordo com o diplomata, foi nessa residência onde o primeiro Presidente de Angola elaborava estratégias e baixava orientações para a 2ª Região Militar de Cabinda e outras existentes no território nacional, naquela altura.
Fez saber que a transformação desse espaço em património histórico-cultural visa torná-lo num local de referência não só para os angolanos residentes no Congo, como também para os investigadores interessados em conhecer a vida e obra de António Agostinho Neto.
Informou que o consulado de Angola em Niari está a trabalhar em parceria com o Governo angolano e com a Fundação Agostinho Neto para a concretização desse desiderato.
Niari é um dos 12 departamentos da República do Congo, localizado na parte Oeste deste país. Faz fronteira com os departamentos de Bouenza, Kouilou e Lekoumou.
A sua capital é a cidade de Dolisie conhecida, também, por Loubomo.
Congoleses enaltecem figura de Neto
Os cidadãos congoleses residentes em Dolisie, República do Congo, consideraram Agostinho Neto, como uma figura incontornável que dedicou quase toda a sua vida em prol da libertação do povo africano.
Ouvidos pela ANGOP à margem do acto político sobre o Dia do Herói Nacional, realizado pela Embaixada de Angola na República do Congo, afirmaram que António Agostinho Neto foi uma figura comprometida com a libertação de África do jugo colonial.
Para o nacionalista congolês Sergie Matondo, de 82 anos, que conviveu com Neto por muitas vezes, em Dolisie, o primeiro Presidente de Angola sempre primou pelo bem-estar social e económico dos africanos.
Por sua vez, o estudante universitário Mabiala Arno, disse que Agostinho Neto, enquanto referência histórica africana e não só, deve continuar a ser objecto de estudo para perpetuar os seus feitos para que sirvam também fonte de inspiração para as futuras gerações.
António Agostinho Neto nasceu em 17 de Setembro de 1922 na aleia de Caxicane, Icolo e Bengo e morreu a 10 de Setembro de 1979 em Moscovo, Rússia, por doença. JFC/JL