Luanda - O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, disse, nesta terça-feira, estar assegurada a conciliação entre o projecto de requalificação urbanística da vila da Muxima e a preservação ambiental da zona.
O ministro falava à imprensa depois de ter presenciado ao lançamento, pelo Presidente da República, João Lourenço, da primeira pedra das obras de requalificação da vila da Muxima e construção do santuário na localidade.
Segundo Filipe Zau, o projecto de requalificação urbanística e desenvolvimento turístico obedece aos princípios de sustentabilidade ambiental.
Por sua vez, a governadora de Luanda, Ana Paula de Carvalho, acredita que a requalificação da Muxima vai mudar radicalmente a vida das populações locais, para além de garantir inúmeros empregos.
Adiantou que serão apresentadas as potencialidades turísticas da região, que acolhe cerca de 80 por cento do Parque Nacional da Quiçama.
Ana Paula de Carvalho assegurou, por outro lado, o realojamento condigno para as famílias afectadas pelas obras de requalificação.
Para o presidente da CEAST, Dom Manuel Imbamba, a empreitada “vai fazer que Angola seja abençoada, congregando os angolanos para levar mensagens de amor”.
Dom Manuel Imbamba reafirmou o comprometimento da igreja com o bem, verdade e justiça.
O projecto de requalificação da vila da Muxima e construção do Santuário contempla também a construção de um centro médico, administração local, Comando da Polícia Nacional, escola, centro comunitário, edifício do clero, área de loteamento para residências familiares e campo de campismo na Muxima, situada a 130 quilómetros da cidade de Luanda.
A ser implantado numa área de 90 hectares, 40 hectares dos quais nesta primeira fase, a requalificação da vila da Muxima inclui a edificação de infra-estruturas para áreas dos edifícios de habitação e comércio, estação de energia e de tratamento de água potável e residual.
O projecto terá ainda cerca de 114 mil metros quadrados de áreas de estrada, com uma largura média de 10 metros, e cerca de dez a 12 quilómetros de novas e recuperadas vias, estacionamento para três mil viaturas ligeiras e cerca de 50 mil metros quadrados paisagísticos.
O futuro Santuário da Nossa Senhora da Muxima, também designado por Basílica de Nossa Senhora da Muxima, a ser edificado numa área de 18 mil metros quadrados, terá capacidade para acomodar pelo menos quatro mil e 600 pessoas sentadas, uma praça pública com capacidade de 200 mil devotos e outras cinco mil dentro do santuário.
O Presidente da República, João Lourenço, autorizou, por despachos, em 2018, a requalificação da vila e do santuário da Muxima, num orçamento total próximo dos 91 mil 620 milhões 393 mil e 916 kwanzas (um dólar vale nesta data 308,61 kwanzas).
O Santuário da Muxima é o maior centro de adoração de fiéis católicos em Angola, e acolhe, anualmente, uma peregrinação com centenas de milhares de cristãos dessa congregação.
Localizado à margem do rio Kwanza, no município luandense da Quiçama, a àrea foi ocupada pelos portugueses em 1589 que, dez anos depois, construíram uma fortaleza e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, também conhecida como “Mamã Muxima”.