Luanda – Investimento na reforma agrária e impulsionamento do comércio intra-regional, para o aumento da produção, e suficiência alimentar, entre outros, constituem prioridades do programa de acção de recandidatura da angolana Josefa Sacko na União Africana.
A diplomata concorre para um segundo mandato ao cargo de comissária da União Africana para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente.
Durante uma reunião virtual com membros do grupo africano do corpo diplomático acreditado em Angola, realizada em Luanda, a candidata considerou o acesso à terra e a segurança alimentar “essenciais para transformar a agricultura em África”.
Na visão da embaixadora Josefa Sacko, os rendimentos das colheitas ainda são muito baixos em África, pois a média dos cereais é de apenas 1, 7 toneladas por hectare (t/há), em comparação com a média mundial de 3, 9 t/ha.
“O aumento da produção e da produtividade requer modernização através da adaptação às tecnologias e inovações ao longo da cadeia de valor e o desenvolvimento de um maior processamento”, ressaltou a diplomata, que concorre para o segundo mandato de quatro anos.
Em relação ao comércio intra-regional de produtos agrícolas, a concorrente adiantou que se deve aproveitar as oportunidades como meio de alcançar uma segurança alimentar e nutricional sustentável em África, e, por outro lado, reduzir a factura das importações de alimentos.
O documento (de 10 pontos), contém ainda apostas nos domínios do investimento nas mulheres, na juventude, na transformação do sector pecuário, no impulsionamento da agricultura, na mitigação do impacto das alterações climáticas, no investimento na Economia Azul e reforço da cooperação e na parceria internacionais.
Quanto à Economia Azul, Josefa Sacko prescreve que a estratégia em África orientaria os investimentos na pesca, na agricultura e na protecção dos ecossistemas marinhos, entre outros, neste sector com enorme potencial.
Sobre o mandato anterior, apesar de considerá-lo positivo, a embaixadora angolana jdisse que um quadriénio é insuficiente para concretizar os programas, razão pela qual se recandidatou, contando, segundo ela, com apoio de vários países do continente.
O encontro, em que Josefa Sacko recebeu incentivos e promessas de apoios por parte de embaixadores de diversos países africanos, também contou com a presença do ministro das Relações Exteriores, Téte António, que destacou as qualidades e o trabalho positivo da diplomata angolana.
Josefa Leonel Correia Sacko, formada em agronomia, foi eleita comissária da União Africana para a Agricultura em Janeiro de 2017. Antes desempenhou funçoes de conselheira especial do ministro da Agricultura - responsável pela segurança alimentar e redução da pobreza - e da ministra do Ambiente (ocupa-se das alterações climáticas). e conselheira
Também foi secretária-geral da Organização Inter-Africana do Café (OIAC), em Abidjan, Côte d`Ivoire, por 13 anos. Serviu como membro da “United Nation´s Champions 12.3” – uma aliança global de campeões de alimentos sustentáveis, a convite do secretário-geral das Nações Unidas.
Em reconhecimento por seus serviços, Josefa Sacko recebeu vários prémios, dos quais a nomeação como uma das 100 pessoas mais influentes na política climática, em Março de 2019.
Três candidatos concorrem ao cargo de comissário da União Africana para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente, designadamente de Angola, Gâmbia e Marrocos.
As eleiçoes acontecem no dia 6 de Fevereiro próximo, na Etiópia, durante a Assembleia de Chefes de Estado e de Governo da UA.