Luanda - O programa de infra-estruturas integradas da cidade de Caxito, província do Bengo, executados numa área de 91 hectares, para beneficiar 14 mil habitantes, apresenta uma nova imagem desta urbe.
Avaliadas em 16 mil milhões de kwanzas, as obras são financiadas no quadro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e, embora ainda a meio, merecem aplausos da população.
Apesar dos constrangimentos vividos após o arranque e posterior paralisação dos trabalhos, em 2014, a sua execução cifra-se, actualmente, em cerca de 50 por cento, abrangendo a construção de 9,3 quilómetros de estradas, redes pluviais, de telecomunicações e iluminação pública.
Os efeitos do PIIM no Bengo têm tido grande reflexo, embora o projecto de infra-estruturas integradas de Caxito absorva 50 por cento do total do orçamento destinado à província, estimado em 32 mil milhões de kwanzas.
No total, a província conta com 74 outras acções, que incidem, fundamentalmente, nos sectores da educação, da saúde, da energia e das águas, assim como a aquisição de kits de saneamento básico e melhoramento das vias de comunicação.
Caxito é a capital do Bengo, criada em 1980, por desagregação da província de Luanda.
O Bengo tem vindo a afirmar-se, aos poucos, como uma das principais potências agrícolas do país, com destaque para produtos como a banana, de que é um dos maiores produtores em Angola.
Este potencial, derivado sobretudo dos seus 33 mil e 16 quilómetros quadrados, grande parte dos quais composto por terras férteis, faz com que o sector agrícola se torne na principal fonte de arrecadação de receitas.
Em 2020, produziu 1,32 milhões toneladas de produtos diversos (mandioca, feijão, milho, hortícolas, banana, entre outros), contra as 696 mil do ano anterior. Deste número, o sector agrícola familiar foi responsável por 76,2 por cento do total da produção.
Quanto à exportação, um dos principais rostos neste domínio tem sido a empresa Novagrolider, que, em 2020, exportou 15 mil 820 toneladas de banana para Portugal, Espanha e África do Sul, representando um aumento de quatro mil toneladas em relação a 2019.
Os bons indicadores levaram a que fossem preparados, para o presente ano agrícola, uma área de 150 mil hectares, que contam com o envolvimento de 36 mil famílias, algumas das quais integrantes das 118 cooperativas agro-pecuárias e 155 associações de camponeses registadas.
Por outro lado, com a vista a fomentar a actividade pesqueira, sobretudo a continental, as autoridades disponibilizaram, este ano, 406 kits às cooperativas localizadas no município do Dande.
Atenção foi igualmente dada à campanha de vacinação com o objectivo de imunizar 10 mil animais de 54 criadores de gado local.
Outro grande exemplo na região do Bengo, tem a ver com o trabalho da fazenda "Filomena", localizada no Panguila, que produz actualmente 800 mil ovos/dia, e está a investir três milhões de dólares, na construção de um matadouro com capacidade de abater um milhão de galinhas/dia.
O matadouro prevê entrar em funcionamento, este mês, e enquadra-se no projecto global de expansão das actividades da fazenda, avaliado em cerca de 50 milhões de dólares.
Para além desta, encontra de igual modo na região a Angolaves, uma das mais antigas empresas de produção de ovos no país, que devido à subida do preço do quilograma de milho, principal matéria-prima para produção de ração animal, registou uma redução na sua produção, passando de 200 mil ovos /mês, para 100 mil/mês.
Apoio aos agricultores, caso PRODESI
No âmbito PRODESI, apesar de alguns constrangimentos apresentados por várias cooperativas de agricultores, o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) já desembolsou, de 2020 a presente data, cerca de Kz 417 milhões 979 mil para esta região.
Com isso, sete, das 18 cooperativas inscritas no programa, já beneficiaram de financiamento do BDA, no valor global de Kz 145 milhões, sendo que o programa permitiu a criação de mais de mil postos de trabalho.
Estas cooperativas têm uma área de cultivo acima de mil hectares e estão a aplicar os valores na aquisição de insecticidas, sementes, alfaias, sistemas de rega e no aumento das áreas de produção.
De igual modo, no domínio do pacote de escoamento de produtos agrícolas, seis empresas já beneficiaram de financiamento, no valor Kz 272 milhões 979 mil, enquanto outras cinco com projectos já aprovados aguardam a sua verba.
Sectores industrial e mineral no Bengo
No domínio da indústria, a província conta com duas unidades importantes, no Pólo Industrial da Barra do Dande, que garantem a produção de varões e cerâmica.
Trata-se da Siderurgia ADA-Aceria de Angola, com uma capacidade de produção instalada de 500 mil toneladas de varões de aço por ano, e que, por força da pandemia, reduziu a sua produção para 250 mil.
Nesta empresa foi feito um investimento de USD 300 milhões, empregues numa área de 150 mil metros quadrados, que permitiu já a criação de mais de 600 postos de trabalho directos e três mil indirectos.
Por sua vez, a Sino Ord Parque Indústria, Lda possui duas fábricas que produzem mais de 35 mil metros de quadrados de cerâmica e 700 mil metros quadrados de papelão por dia. Trata-se de um investimento de cerca de 84 milhões de dólares.
Os investidores pretendem ainda lançar, nesta região, quatro novas indústrias, nos domínios do vidro e bebidas não alcoólicas, nomeadamente refrigerantes, e leite.
No último ano, a região beneficiou de outras cinco unidades de grande dimensão, pertencente ao Grupo Noble, que vão garantir a produção de amido, farinhas de milho e de trigo, açúcar de cana, beterraba, feijão em conserva, entre outros produtos, que permitiram a criação de 167 postos de trabalho, na Zona Económica do Panguila.
A extracção de inertes é outro dos sectores que possui igualmente grande relevância, tendo sido produzidos, em 2020, 267 mil metros cúbicos, dos quais foram comercializados 178 mil 837, com uma arrecadação cifrada em cerca de 10 milhões de kwanzas.
Na província são controladas 30 empresas de exploração de inertes, 17 das quais em funcionamento, que exploram numa de quatro mil 355 hectares, em quase todos os municípios da província, com excepção do Pango Aluquém e Bula Atumba.
De acordo com o cadastro geológico-mineiro, a província do Bengo tem uma área total de ocupação de 18 mil 643 hectares e 12 mil metros quadrados. Os principais minérios produzidos são o gnaisse, burgau, areia, gesso, calcário, rocha asfáltica, quartzo e ouro.