Luanda - O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, realiza uma visita oficial a Angola no dia 23 de Julho próximo, anunciou esta sexta-feira, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, no final de uma audiência concedida pelo Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
Trata-se da primeira visita do chefe do executivo luso a Angola, após assumir as funções em Abril deste ano, na sequência das eleições legislativas portuguesas, de 10 de Março.
A visita é resposta ao convite formulado pelo Presidente angolano, João Lourenço, durante um encontro com o governante português, ocorrido a 27 de Abril, em Lisboa.
Em declarações à imprensa, o diplomata português esclareceu que a sua vinda a Angola serviu, entre outros, para ultimar os preparativos da visita do Chefe de Governo português, Luís Montenegro, e igualmente para fazer o enquadramento das relações bilaterais que adjectivou de excelentes.
“Aproveitamos para justamente analisar as relações bilaterais nos vários domínios. Sabemos que num caso ou noutro elas têm de ser melhoradas, há um ou outro problema que tem de ser corrigido e, portanto, estivemos a falar sobre estas questões com o Presidente da República, tudo na óptica de preparar este momento alto das relações que tem a ver com a visita do primeiro-ministro, Luís Montenegro”, afirmou.
Para Paulo Rangel, é preciso consolidar as relações que já existem, sobretudo nos domínios mais importantes, como o das infra-estruturas e outros em que, inclusive o sector privado pode ter um papel fundamental, como o do turismo, a formação profissional, saúde e outros.
Política de Imigração
Sobre a política de imigração recentemente adoptada por Portugal, o ministro sublinhou que não alterou nenhuma lei e que o acordo de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) continua intacto.
“Foram configuradas algumas prioridades, a primeira refere-se aos cidadãos da CPLP e outra com o reagrupamento familiar, mas os cidadãos da CPLP estão no nosso radar número um e continuarão a ser privilegiados”, afirmou.
Explicou que Portugal precisa muito de mão-de-obra e “os nossos países irmãos” têm de ter prioridade, porque existe uma relação que torna muito fácil a integração e que cria vantagens para todos.
Segundo o interlocutor, haverá a necessidade efectuar alterações no processo operacional, uma vez que se registam estrangulamentos na concessão de vistos, o que o torna moroso.
Para agilizar o processo, disse que estão a ser formados 45 oficiais que deverão ser deslocados para os diferentes consulados, tudo para se tornar efectiva a mobilidade dentro da CPLP.
Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves foi empossado a 2 de Abril de 2024 como chefe do XXIV Governo Constitucional de Portugal. A coligação Aliança Democrática (AD) venceu as eleições de 10 de Março por uma pequena margem sobre o Partido Socialista (PS).
Angola e Portugal assinaram, em 2023, em Luanda, 13 acordos de cooperação bilateral, sobretudo nos domínios económico e financeiro, numa cerimónia testemunhada pelo Presidente João Lourenço e António Costa, na altura primeiro-ministro luso.MR/ART