Addis Abeba (Dos enviados especiais) – O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, apelou este sábado, em Addis Abeba, para o reforço, a determinação e a resiliência de todos os países africanos na promoção da unidade do continente.
Intervindo na abertura da 38.ª Cimeira Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), o Chefe do Executivo etíope sustentou a sua afirmação com o facto de o mundo estar marcado por mudanças rápidas e múltiplos desafios, bem como uma encruzilhada de incertezas.
“O tema da assembleia deste ano convoca-nos a curar as cicatrizes das injustiças históricas e a superar os traumas persistentes que há muito impedem o nosso progresso”, disse, frisando que a exigência de reparações não é sobre caridade ou ajuda financeira, mas um apelo por justiça.
Disse que a exigência dos africanos procura restaurar a dignidade de milhões de pessoas e curar as cicatrizes profundas da pobreza, da desigualdade e da discriminação, bem como o fim da exploração sistémica da riqueza, dos recursos e das oportunidades de África.
A situação, frisou, exige também um processo transformador que reconheça os danos passados e tome medidas ousadas para corrigir os erros causados às sociedades de todo o continente.
Sobre esta matéria, salientou que o mais importante é que o pedido de reparações requer não apenas palavras, mas, igualmente, acções concretas para afirmar o valor igual de cada ser humano.
“Para alcançarmos a justiça, a paz e a prosperidade duradouras, precisamos de superar as tensões geopolíticas e as divisões históricas que nos são impostas pelas fronteiras coloniais”, ressaltou.
Segundo Abiy Ahmed Ali, ao promover a solidariedade entre todas as nações africanas e abraçar um destino partilhado “podemos reunir os nossos recursos e talentos para desbloquear todo o potencial do nosso continente”.
Por outro lado, defendeu que a resolução de conflitos, a diplomacia e a construção da paz devem permanecer no centro dos esforços dos países africanos, tendo defendido soluções africanas para garantir uma paz e uma estabilidade duradouras.
Exortou os Estados africanos a preservar as suas conquistas políticas, cienificas, económicas e artísticas, bem como a promover iniciativas estratégicas como a Zona de Comércio Livre Continental Africana, ferramentas impulsionadoras do comércio intra-africano, a fim de reduzir a dependência externa e alcançar a auto-suficiência.
“Com a grande e dinâmica juventude de África, abundantes recursos naturais e crescentes inovações tecnológicas, dispomos de todos os meios para garantir um crescimento sustentável”, disse.
Frisou que o rápido avanço da Inteligência Artificial (IA), particularmente da IA Generativa, oferece oportunidades sem precedentes para transformar as economias de África.
A cimeira confirmou o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, como presidente da União Africana até Fevereiro do próximo ano. SR/ART