Ondjiva- A Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, procedeu, esta quarta-feira, na província do Cunene, o lançamento do Projecto Geração Sem Sida Até 2030", visando a redução ou eliminação da transmissão do VIH de mãe para filho.
Na apresentação, Ana Dias Lourenço explicou que o projecto é continuidade dos resultados alcançado com a Campanha “Nascer livre para brilhar”, cuja acção visa participar no esforço do governo, para manter as mães saudáveis e acabar com a Sida pediátrica até 2030.
Disse que é necessário trabalhar juntos e de forma coordenada para o alcance das metas preconizadas, de modo que Angola seja um país com crianças e jovens livres do HIV/Sida.
De acordo com a primeira-dama, a campanha tem como grupo alvo crianças e mulheres, com particular realce das comunidades rurais, onde a maioria das pessoas não têm acesso a informação, assim como jovens e adolescentes.
Referiu que o projecto elegeu cinco eixos de intervenção ligados a prevenção primária do VIH e das gravidezes indesejáveis, prevenção da transmissão do VIH de mãe para filho, tratamento pediátrico, questões relacionadas com violência sexual infantil e áreas transversais de todos aspectos de intervenção.
Como resultados, frisou, espera-se o reconhecimento do projecto a nível internacional, uma sociedade angolana mobilizada em torno do projecto, assim como contribuir para o aumento da cobertura do diagnóstico precoce infantil.
Alargar a cobertura do tratamento com antirretrovirais em crianças vivendo com o VIH e expandir o acesso aos exames de carga viral e diagnóstico precoce infantil nas áreas mais recônditas do país, figuram igualmente das metas preconizadas.
Desta feita, solicitou maior engajamento dos médias para divulgação de mensagens de sensibilização a população, sublinhando a existências de barreiras relacionadas ao estigma e discriminação existentes, que elevam o aumento dos casos do VIH em Angola.
Esclareceu que devido ao elevado nível de desinformação existente, com particular realce no meio da camada juvenil, há resistência ao tratamento, daí a necessidade de maior informação nas comunidades, para que a pessoa livremente possa efectuar a testagem.
" Pretendemos continuar a trabalhar com a participação de todos, fundamentalmente os representantes da sociedade civil em colaboração com as instituições públicas e privadas, mobilizar individualidades singulares e colectivas para o êxito desta acção”, afirmou.
Ana Dias Lourenço ressaltou que, pessoalmente, tem feito um trabalho de advocacia nas campanhas que realiza e chama as meninas como agentes de mudança da sociedade angolana.
Para o efeito, acrescentou, tem-se empenhado, juntamente com a equipa no trabalho de educação e empoderamento das mulheres, em particular da jovem menina, porque entende que só assim se pode almejar um desenvolvimento integrado, inclusivo e sustentável.
Campanha Livre para brilhar reduz incidência da transmissão do HIV
A campanha "Nascer Livre para Brilhar", de iniciativa da Primeira-Dama da República, reduziu, até finais de 2021, a taxa de transmissão vertical do VIH-SIDA em 15 por cento, contra os 26 por cento de 2018, ano de lançamento do programa.
Ao apresentar o balanço da referida campanha, Ana Dias Lourenço disse que a acção permitiu igualmente o aumento da cobertura do diagnóstico precoce infantil de sete para 16 por cento, cujos resultados resultam do envolvimento dos parceiros e no apoio do Executivo na instalação de equipamentos especializados.
Apontou igualmente o aumento da taxa de tratamento com antirretrovirais em crianças, sendo que, em 2018, era de 13 por cento, e passou para 19 por cento, em 2021.
Disse que não obstante o período da pandemia da COVID19 e os constrangimentos que trouxe, o projecto teve resultados positivos fazendo com que as gestantes seropositivas pudessem nascer bebés saudáveis.
Sublinhou que a campanha tinha um plano operacional de três anos e resultou materialização de uma decisão dos Presidentes da União Africana (UA), que mobilizaram as Primeiras-Damas dos respectivos países para se envolverem nesta luta contra o VIH, em particular na prevenção e protecção das mulheres seropositivas e das crianças.
Por seu turno, a governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, elogiou o envolvimento da Primeira-Dama em acções ligadas às áreas da saúde, educação e infância.
A missão ao Cunene de Ana Dias Lourenço enquadra-se nos programas sociais e comunitários que a sua fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário (FDC) desenvolve em Angola, a favor das populações.
A agenda reservou ainda a realização de uma palestra sobre saúde e auto cuidados na adolescência e juventude, tendo como público-alvo adolescentes e jovens de diferentes organizações sediadas na província.FI/LHE/ART