Luanda - A Primeira-Dama de Angola, Ana Dias Lourenço, destacou esta segunda-feira, em Abuja, Nigéria, a aposta do Executivo na educação inclusiva e equitativa, com a promoção de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Para o efeito, esclareceu, quando discursava no no lançamento da Campanha Unificadora “WeAreEqual/Somos Todos Iguais”, que Angola conseguiu corrigir, nos últimos três anos, a discrepância de 3.216.489 alunos, para 2.536.412 do sexo feminino.
Segundo Ana Dias Lourenço desde 2021 foram formados 10 mil 357 professores do ensino primário e do secundário em Saúde menstrual, e mais de 30 mil adolescentes beneficiaram de informações sobre a matéria e distribuídas 15 mil cuecas menstruais.
Avançou que nos últimos quatro anos foram distribuídas 21 mil 244 bolsas de estudos para o ensino secundário, das quais 10 mil 729 foram para meninas.
Nestes últimos anos, disse, foram construídas e reabilitadas mil 098 escolas do ensino primário e secundário.
“Com o projecto de empoderamento das meninas e aprendizagem para todos prevê-se em 2024, iniciar a construção de 55 novas escolas e reabilitação de sete escolas", reforçou.
Apontou como relevante a aposta na formação de professores em matéria de educação e saúde menstrual.
Explicou que a mesma apresentou resultados positivos e mereceu distinção de Angola na gala em alusão ao 10º aniversário do programa de salvaguarda de adolescentes e jovens do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), tendo sido classificada em 1º lugar na categoria de saúde menstrual da 5ª e 6ª classes, a nível da região austral.
Igualdade do género
A Primeira-Dama lembrou que como patrona Fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário (FDC), continua comprometida com igualdade no género e empenhada na melhoria da qualidade e expansão da educação, no empoderamento das meninas e meninos nas comunidades
Referiu que estas iniciativas estão também direcionadas às mulheres, aos jovens, em particular às jovens mulheres de vários segmentos da sociedade como agentes de mudança e influência nas respectivas comunidades.
Saudou a Campanha “Todos somos Iguais“ por quanto as questões de género e a sua paridade na liderança continuam a constituir matéria de acção.
Anunciou que Angola abraça a Campanha e brevemente fará o seu lançamento e continuar a advogar para dinamização no “ano de 2024 a promoção de programas educacionais em África, buscando reavivar os esforços existentes para alcançar plenamente o Objetivo 4 dos ODS.
Realidade de Angola
Sobre as perspectiva, disse que Angola apostou seriamente na redução das disparidades entre homens e mulheres impostas pelo sexismo estrutural, pelos estereótipos sociais e pelas estruturas patriarcais enraizadas por questões culturais e tradicionais.
Face as vicessitudes existentes, sublinhou, a educação é vital para o futuro de qualquer país.
"Em Angola tratamos a educação como um sector determinante para a valorização do capital humano. Temos um cuidado particular com a educação das raparigas, pois educar uma mulher é educar uma Nação", enfatizou.
Admitiu que no país, nos diferentes níveis de ensino, ainda se registam diferenças entre homens e mulheres, mas o Governo apostou seriamente na redução desta diferença.
Lembrou que enquanto ministra do Planeamento e depois membro do Conselho de Administração do Grupo do Banco Mundial, iniciou-se uma abordagem no sentido de ultrapassar os desafios relativos aos baixos resultados de aprendizagem e disparidade de género
Afirmou que essas desigualdade existem sobretudo no ensino secundário, devido ao abandono escolar das raparigas por razões diversas como a gravidez precoce, ou contextos familiares socialmente desfavoráveis.
As suas homólogas africanas presentes pediu o reforço da advocacia para alfabetizar e recuperar o atraso escolar das raparigas com especial atenção as das zonas rurais.
Ressaltou que o continente precisa com urgência promover a confiança, a segurança e a estabilidade através da criação de ambientes seguros, protegidos e estáveis e sensibilizar a juventude para os progressos significativos no desenvolvimento e crescimento.
A convite da sua homóloga da Nigéria, Olumeri Tinubu, Ana Dias Lourenço participa no evento decorrer sob o lema “Educação, uma ferramenta poderosa para a mudança: nenhuma menina deve ser deixada para trás”.
A campanha é uma iniciativa da Organização das Primeiras-Damas Africanas para o Desenvolvimento (OPDAD) e visa contribuir para a eliminação do fosso entre homens e mulheres, apostando na educação, na equidade e na oportunidade de aprendizagem para todos.
Com ela pretende-se expandir a “Escola Secundária Alternativa para Meninas” em todos os Estados africanos, numa iniciativa que começou, em 2007, e que oferece uma segunda oportunidade às jovens que ficaram fora do sistema de ensino por razões adversas. VIC