Luanda - O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, destacou hoje, segunda-feira, a solidariedade e ajuda prestada pelas autoridades cubanas a Angola, por altura da invasão das antigas forças do regime do apartheid, outrora vigente na África do Sul.
Ao falar aos jornalistas no final da cerimónia de assinatura de instrumentos jurídicos entre os governos de Angola e de Cuba, o Presidente João Lourenço referiu que diante da invasão levada a cabo por forças militares estrangeiras em território angolano, os efectivos do Exército de Cuba, em companhia de tropas angolanas, venceram as ameaças, garantindo, deste modo, a independência e manutenção da soberania de Angola.
Disse que a solidariedade dos cubanos, para com o povo angolano, foi extensiva e “abriu as portas” para a proclamação da independência da República da Namíbia e a constituição do primeiro Governo negro democraticamente eleito na África do Sul.
Segundo João Lourenço, a “mão amiga” de Cuba, para com Angola, estendeu-se de igual modo a economia, formação de quadros, assistência médica, construção civil, desportos, entre outros domínios.
Nesta senda, o Estadista angolano observou ainda o facto de muitos angolanos terem recebido formação académica em Cuba, e que, actualmente, ocupam importantes cargos na vida do país.
No quadro da visita de Estado do Presidente cubano, Miguel Mario Díaz-Canel Bermúdez, os governos de Angola e de Cuba rubricaram, nesta segunda-feira, três instrumentos jurídicos, com o foco no reforço da cooperação bilateral.
Nesta conformidade, foram assinados os memorandos de entendimento sobre o sector do Turismo, bem como entre a Agência Reguladora de Medicamentos (ARMED) e o Centro de Controlo Estatal de Mediamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos de Cuba.
Foi igualmente rubricado o memorando de entendimento para a promoção de investimentos entre a sociedade de desenvolvimento da Zona Económica Especial Luanda/Bengo e o Escritório de Mariel.
Na presença dos Chefes de Estado angolano, João Lourenço, e cubano, Miguel Díaz-Canel, assinaram os referidos instrumentos, por Angola, o ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, a directora da Agência Reguladora de Medicamentos, Katila Mangueira, e o presidente do Conselho de Administração da Zona Económica Especial, Manuel Francisco Pedro.
Em representação de Cuba, a sua embaixadora em Angola, Esther Gloria Armenteros Cárdenas, assinou os três diplomas.
Os dois países mantêm excelentes relações de cooperação em vários domínios, como da segurança, educação, saúde, transportes, obras públicas, construção, petróleos, desportos, cultura, turismo e agricultura.
Angola e Cuba estabeleceram relações diplomáticas a 15 de Novembro de 1975, quatro dias depois da independência angolana. Um ano depois, a partes assinaram o Acordo Geral de Cooperação, que originou a Comissão Bilateral. AFL/OHA/ADR