Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, regressou esta sexta-feira a Angola Luanda, vindo de Nova Iorque, EUA, onde participou, na semana do debate de alto nível da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
No Aeroporto 4 de Fevereiro, o Chefe de Estado recebeu cumprimentos de boas vindas da Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.
O programa de trabalho do Chefe de Estado começou poucas horas depois de ter desembarcado em Nova Iorque, com a sua participação na Cimeira do Futuro onde proferiu o seu primeiro discurso.
O Presidente referiu que o "Pacto para o Futuro", adoptado no evento, deve ter em vista a redução das desigualdades entre os Estados e a promoção de um desenvolvimento sustentável e sustentado, que resolva os problemas da pobreza, da fome e da desnutrição.
O ponto alto da agenda foi o discurso da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, no qual o Presidente João Lourenço defendeu, entre outros, a reforma da ONU, a prevenção e resolução de conflitos no mundo.
O Chefe de Estado angolano enfatizou a necessidade de uma premente reforma do Conselho de Segurança da ONU e das instituições financeiras internacionais saídas de Breton Woods, para dar voz aos países de África, da América Latina, do Médio Oriente e do sub-continente Indiano.
João Lourenço transmitiu o desejo de África ajudar na construção de uma nova arquitectura financeira internacional, falou dos progressos de Angola na luta contra a corrupção e das prioridades do Plano de Desenvolvimento Nacional.
Fez igualmente referência às acções do Governo angolano para a melhoraria do quadro social nacional e da criação de factores que potenciam o desenvolvimento da indústria e da agricultura, enveredando, sobretudo, pela via da eletrificação do país.
Realçou que Angola está a colocar em benefício da paz em África, a experiência adquirida com a resolução do seu conflito interno que após várias décadas ficou resolvido de forma definitiva por via de um diálogo inclusivo entre as partes beligerantes.
Intensa agenda diplomática
O Presidente João Lourenço desenvolveu uma agenda paralela à Assembleia Geral virada à diplomacia política e económica.
Entre os diversos eventos, reuniu com altos executivos norte-americanos, no quadro de mesa redonda voltada para as oportunidades de negócios em Angola.
Reuniram-se com o Chefe de Estado homens de negócios conhecedores do mercado angolano, como os líderes da AFRICELL e SUN ÁFRICA, bem como outros que querem apostar no mercado angolano.
Os empresários norte-americanos ouviram do Presidente João Lourenço as oportunidades de investimento em Angola nos mais variados domínios.
Na qualidade de Presidente em exercício da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), João Lourenço orientou uma reunião desta comunidade, onde expressou a sua preocupação com obstáculos financeiros que a instituição enfrenta.
"Estes desafios, se não forem resolvidos, arriscam minar a nossa capacidade de servir eficazmente os interesses dos nossos povos e de defender as aspirações que uniram os nossos 79 Estados-Membros”, justificou.
O estadista tomou igualmente parte da encontro dos Chefes de Estado membros da CPLP.
O encontro do Presidente da República, João Lourenço, com o seu homólogo Joe Biden, na condição, este último, de líder do país anfitrião da ONU, marcou, quinta-feira, o fim da missão oficial do estadista angolano na cidade de Nova lorque.
As estas reuniões juntaram-se encontros bilaterais com homólogos como da Namíbia, Ghana, Quénia, Finlândia, entre outros, para além de responsáveis de instituições financeiras mundiais.
O debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas é a oportunidade para os líderes mundiais apresentarem soluções para desafios globais interligados.
O tema escolhido para a presente sessão da Assembleia Geral, que termina apenas dia 30, apela à unidade e solidariedade dos Estados Membros da ONU para trabalharem em conjunto na busca de soluções pragmáticas, com vista a responderem aos inúmeros e complexos desafios e ultrapassarem a difícil e tensa situação política internacional.
O propósito é promover a paz, a prevenção de conflitos, a concórdia, o desenvolvimento sustentável, a prosperidade partilhada e a dignidade humana, sem exclusão.
A Assembleia Geral da ONU (AGNU) é o principal órgão de decisão política da organização, tratando-se de um fórum para a discussão multilateral de todo o espectro de questões internacionais abrangidas pela Carta das Nações Unidas.
Os 193 Estados Membros têm voto igual. Também toma decisões importantes para a organização, incluindo a nomeação do secretário-geral, por recomendação do Conselho de Segurança, a eleição dos membros não-permanentes do Conselho de Segurança, a aprovação do orçamento da própria ONU, entre outras decisões.ART