Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, incentivou esta segunda-feira, em Luanda, os agricultores angolanos a intensificarem a produção de algodão, indispensável à indústria têxtil, para reduzir a sua importação.
Em declarações à imprensa, no final da visita à fábrica Nova Textang II, o Titular do Poder Executivo disse que não é possível alimentar a indústria têxtil do país, contando apenas com a importação de matérias primas.
João Lourenço enalteceu o facto de as empresas que ganharam os concursos públicos de concessão das três unidades fabris, ligadas ao sector têxtil, serem as primeiras a promover a produção nacional do algodão.
"A informação que acabo de receber é que esta unidade já conseguiu mobilizar cerca de mil camponeses, que deram início ao processo de produção do algodão", disse, acrescentando que os produtores que apostarem no seu cultivo terão o seu produto "garantidamente vendido".
Lembrou que em Angola o cultivo do algodão não é uma actividade estranha, uma vez que no passado o país já foi um grande produtor da matéria-prima.
O Presidente da República afirmou que terminou a visita com "uma grande satisfação" e sublinhou que o "sentimento não devia ser outro", apesar de ainda não estarem a funcionar em pleno, referindo-se, não apenas à Nova Textang II, mas também à África Têxtil, em Benguela, e a Comandante Bula (ex-Satec), no Cuanza Norte.
Enfatizou que o volume de produção vai aumentando, à medida que o tempo passa e, "com isto, aumenta também o número de postos de trabalho".
Na reabilitação das três unidades têxteis o Estado angolano investiu cerca de 1,2 mil milhões de dólares, num financiamento do Japão.
Nova Textang II produz 250 mil m/mês
O presidente do Conselho de Administração da Nova Textang II, Jorge Amaral, informou que a actual produção da fábrica, localizada no município do Cazenga, em Luanda, ronda os 250 mil metros de tecidos/mês.
Adiantou que, até ao final do ano, a expectativa é alcançar uma produção de 850 mil metros de tecidos por mês.
Actualmente, empregam 180 trabalhadores e, nos próximos quatro meses, esperam atingir os 350.
De acordo com Jorge Amaral, o investimento total, entre a produção agrícola e a reactivação da fábrica, é de 55 milhões de dólares.
Revelou que a unidade vende o seu tecido a 15 fábricas de confecções de Angola, e continua a importar matéria-prima da Nigéria e do Tchad.
Esta é a segunda visita que o Presidente da República realiza a Nova Textang II, nos últimos dois anos, tendo a primeira ocorrido em 2020.